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Emissão de CO2 na atmosfera provoca alteração química nos oceanos

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Emissão de CO2 na atmosfera provoca alteração química nos oceanos

Casos e Contos 30/11/-0001
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O aumento da emissão de gás carbono na atmosfera além de provocar o aquecimento global e o derretimento das calotas polares, tem também alterado, significativamente, as reações químicas das águas, diminuindo o PH dos oceanos, ou seja, tornando-os mais ácidos e prejudicando todo o ecossistema marinho. O maior problema é a dificuldade na precipitação de carbonato de cálcio (CaCO3), substância base para a estruturação dos esqueletos de inúmeros animais e vegetais marinhos, como por exemplo as conchas dos moluscos e os esqueletos dos crustáceos.

Por muito tempo os oceanos foram considerados estáveis em sua composição química. Segundo a professora de Biologia Alina de Sá, alguns resultados de pesquisas realizadas sobre o PH dos oceanos percebeu-se que desde o início da revolução industrial até os dias atuais, o PH dos oceanos reduziu 0,1 (de 8,2 para 8,1), ou seja, 25%:

“Atualmente modelos preditivos – pesquisas rápidas e informais – trazem estimativas de redução entre 0,2 a 0,03 até o final do século, o que intensificará ainda mais a acidez dos oceanos”, explica a bióloga.

A redução de PH nos oceanos afeta uma série de condicionantes biológicos como a fotossíntese, absorção de nutrientes, reprodução – onde muitas espécies liberam seus gametas na água do mar assim seus movimentos ficam comprometidos e o desenvolvimento larval após a fecundação prejudicado, reduzindo a capacidade da população se manter em níveis equilibrados:

“Estas alterações químicas trarão modificações drásticas a todo o ecossistema marinho nas próximas décadas. Particularmente espécies construtoras de recifes como corais e algas calcarias, e organismos com estruturas de carbonato de cálcio como moluscos, mexilhões e pequenos animais em estágios iniciais da cadeia alimentar”, comenta Alina.

Além do ecossistema marinho, a população mundial poderá também sofrer com a acidificação dos oceanos, já que eles são o termostato natural do mundo:

“O aumento da temperatura, por exemplo, resulta no aumento de tornados e furacões como o Catrina, que destruiu New Orleans, nos Estados Unidos, em 2005”, finaliza a bióloga Alina de Sá.

Bruna Sales para Bombarco
Foto: Banco de dados