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A vela ao alcance de todos

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A vela ao alcance de todos

Esporte náutico e Lazer a Bordo 30/11/-0001
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Há quatro anos, Fabiano de Jesus, 18, morador do bairro Grajaú, em São Paulo, tem uma rotina bem diferente dos jovens da sua idade. Trocou as partidas de futebol dos finais de semana pela prática da vela na represa Billings. “Meu sonho é um dia poder participar das regatas profissionais”, diz o jovem.

Com cerca de 400 mil habitantes, o Grajaú possui um dos mais baixos índices de desenvolvimento humano e uma das áreas com população mais pobre da capital paulista, segundo o Centro de Estudos da Metrópole em São Paulo.

É neste cenário, às margens da represa Billings, que os voluntários da Organização Não Governamental Vento em Popa atuam. Desde 2003, a ONG realiza diversos trabalhos junto à comunidade local, uma região com um importante potencial náutico na zona sul da capital.

A associação utiliza a vela como forma de desenvolvimento econômico, social e ambiental dos moradores do bairro. “Queremos popularizar a vela e mostrar que qualquer um pode ter acesso ao esporte”, explica o presidente da Vento em Popa, Frederico Plass Rizzo.

Fabiano, estudante do primeiro ano do ensino médio, é um dos jovens atendidos pelo Saracura, projeto desenvolvido desde 2005 pela ONG. Nas atividades, os alunos aprendem a velejar e também a construir barcos. “Antes não via a represa como uma forma de lazer. Nem gostava de ir até lá”, lembra ele, que em 2007 pode acompanhar “ao vivo” os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Além de acompanhar as competições, o grupo de 15 adolescentes puderam conhecer como é a vida a bordo de um veleiro de 40 pés. A embarcação emprestada serviu de alojamento aos garotos. “Queremos mostrar esses exemplos às crianças, que podem tornar os instrutores e multiplicadores do projeto amanhã”, ressalta Rizzo.

 

Vocação náutica

Nos nove anos de atuação no bairro, o grupo percebe vários aspectos positivos entre as crianças e adolescentes que participam dos projetos. “As crianças evoluíram bastante e começaram a sentir o gosto pela navegação e a vela. Foram criadas expectativas e sonhos de quem sabe até de participar de uma olimpíada”, nota Gilmar Ortiz, um dos voluntários do grupo.

No projeto Saracura, as crianças e jovens de 8 a 20 anos passam por três módulos de graduação, desde a formação básica à profissionalizante, por meio de aulas de marcenaria moveleira e naval. Além disso, o trabalho visa envolver a população na recuperação e preservação da represa, com mutirões de limpeza, eventos náuticos e análise mensal da qualidade das águas.

Atualmente, a flotilha da Vento em Popa conta com 10 barcos da classe Optimist, que são utilizadas nas aulas e nos treinos de vela. Um exemplo aos garotos é o próprio presidente da ONG. Duas vezes campeão brasileiro e vice campeão mundial da classe Optimist, Rizzo, hoje administrador público, passa um pouco da experiência aos jovens do Grajaú.

Planos para 2010

No próximo ano, a associação planeja criar equipes de velas em escolas públicas e privadas da região para representar a instituição em competições estaduais e nacionais. Para isso, a ONG quer ampliar as parcerias com empresas e também pessoas físicas dispostas a contribuir com os projetos. “Antes aprender vela era um sonho distante para os moradores da região. Agora sentimos até que eles têm um cuidado maior com a represa, com os mutirões de limpeza”, revela o presidente.

Vento em Popa
Rua 9 de Setembro, 88
Jardim Gaivotas, Grajaú, São Paulo (SP)
Telefone: (11) 5933-4602 / (11) 5933-4602     
www.ventoempopa.org.br


Thassia Ohphata