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Entrevista exclusiva com Walter Becker, presidente Nacional da classe BRA-RGS

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Entrevista exclusiva com Walter Becker, presidente Nacional da classe BRA-RGS

Esporte náutico e Lazer a Bordo 30/11/-0001
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A classe BRA RGS surgiu há 20 anos no Rio Grande do Sul e hoje é umas das classes com o maior número de participantes da Vela Oceânica do Brasil. Segundo Walter Becker, presidente Nacional da Classe BRA-RGS, só no Brasil 200 veleiros estão ativos na Classe, sem considerar os barcos com certificação, que não participam de regatas.Só no Estado de São Paulo são mais de 90 barcos.

Este ano a classe tem novas regras, estabelecidas durante reunião com mais de 150 velejadores e diversos donos de embarcações. Em entrevista exclusiva para o Bombarco, o advogado e presidente da classe, Walter Becker, esclarece as novas regras e explica um pouco mais sobre a BRA RGS.

Bombarco (BB): O que é Classe BRA RGS?
Walter Becker (WB): A BRA-RGS é a classe com uma regra que impõe um sistema de medição simplificado, destinado a atribuir ratings, ou coeficiente de correção de tempo, aplicado a veleiros de diferentes modelos, quando em regata, formando assim, uma classe de Regatas de Vela Oceânica.

BB: Qualquer barco pode se encaixar nessa classe?
WB: Não. A regra BRA-RGS é destinada a veleiros cabinados, com configurações mínimas de conforto e projetados para cruzeiro. Aceita-se também para medição na regra os “cruiser-racer” desde que tenham características internas de veleiros de cruzeiro, como, por exemplo: beliches, camarotes, pia, cozinha, banheiro, etc. Veleiros projetados com o fim específico e para uso exclusivo em regatas, não são aceitos para medição na classe.

BB: Há quanto tempo a classe RGS existe? Quando foi definida?
WB: A BRA-RGS existe há cerca de 20 anos. Nasceu no Rio Grande do Sul, e depois foi difundida por todo País, inicialmente era desenvolvida por Estados, depois se fundiu em torno da Associação Brasileira dos Velejadores da Classe RGS, entidade nacional que congrega as respectivas associações estaduais.

BB: Quais são as mudanças nas regras? Como era e como fica?
WB: Em 2011, após amplo debate nacional e votação por representação de cerca de 150 velejadores, proprietários de veleiros com certificado de medição e ativos em regatas, a regra foi atualizada em diversos pontos, citando como os principais: a reformulação da fórmula de cálculo da área vélica dos veleiros, inclusão e reordenação dos modelos de quilhas, abrangendo os tipos mais modernos, e reclassificando das já existentes; reordenação das bonificações e inclusão de itens que caracterizam o veleiro como de cruzeiro, revisão da redação de alguns pontos falhos. A regra ficou muito mais segura e clara, refletindo o real potencial dos veleiros, ao mesmo tempo em que impede bonificações ou alterações artificiais do rating.

BB: Quanto tempo os competidores têm para se adaptar?
WB: A rigor, as alterações permitem a recepção dos certificados e medições de 2010, possibilitando a emissão imediata do certificado de medição de 2011. Como já citei a regra, que tem definições claras, e normatização técnica, agora reflete efetivamente o potencial do veleiro, sem espaço para adaptações que levem a alteração artificial do rating.

A rigor, pela regra de 2011, a melhor otimização que um velejador pode fazer em seu barco, é buscar seu melhor desempenho por meio de uma tripulação treinada, e equipamento condizente. De resto, a regra se encarregará de equilibrar a flotilha igualitariamente a uma justa competição.

BB: Quantos barcos a RGS tem atualmente?
WB: Em São Paulo, temos mais de 90 veleiros ativos. Pelo levantamento que fizemos na votação da regra, podemos estimar que no Brasil sejam cerca de 200 veleiros ativos na classe. Se considerar os veleiros medidos, este número dobra.

BB: Ao que se deve o sucesso da Classe BRA-RGS em nível nacional?
WB: Acima de tudo aos próprios velejadores da classe. A RGS é uma classe democrática e participativa dentro e fora das raias.  A direção da classe em todos os seus níveis, busca a aplicação rigorosa das regras. Temos coordenadores Regionais, responsáveis pela classe em seu respectivo Estado, medidores são treinados, avaliados, e cobrados quanto ao trabalho criterioso, e os barcos são fiscalizados rotineiramente. As inspeções das embarcações são rotineiras, assim como a avaliação dos Certificados de Medição emitidos, que, sempre que alterados, existe o correspondente histórico para consulta de qualquer velejador. Isto traz credibilidade a classe, e o interesse dos velejadores nas raias, certos de estarem competindo sob uma regra aplicada indistintamente e de forma criteriosa. Não posso deixar de acrescentar o imprescindível apoio dos clubes, diretores de Vela e comissões organizadoras das regatas, que completam a base da RGS (velejadores, clubes, e coordenação da classe), formando, assim, a maior classe de Vela Oceânica do Brasil.

Bruna Sales para Bombarco
Foto: Bombarco