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Naufrágios guardados em acervo do Museu Náutico de Ilhabela são o retrato social daquela época

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Naufrágios guardados em acervo do Museu Náutico de Ilhabela são o retrato social daquela época

Esporte náutico e Lazer a Bordo 30/11/-0001
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O ainda novo Museu Náutico de Ilhabela, inaugurado há cerca de um ano, guarda histórias antigas de embarcações que naufragaram em águas brasileiras. Além das belas praias da cidade, no litoral Norte de São Paulo, a Ilhabela também guarda o maior cemitério de navios do Brasil.

Bem conhecido pelos mergulhadores, o fundo do mar da região tem navios naufragados desde os anos de 1800. Prova disso são as mais de 1500 peças que podem ser vistas no Museu Náutico de Ilhabela, que é uma das atrações turísticas mais visitadas da cidade na época de temporada, recebendo, em média, três mil visitantes por mês:
Um naufrágio não termina no fundo do mar, ele fica na memória, em documentos e permanece na história. Desperta o interesse e a curiosidade das pessoas. É uma cápsula do tempo”, revela Jeannis Michael Platon, diretor do Museu e autor dos livros ‘Ilhabela e seus enigmas’ e ‘Descubra São Sebastião’.

Com 800 metros quadrados o Museu Náutico de Ilhabela tem um acervo com inúmeros objetos datados do século XVIII até meados do século XXI. São cristais, porcelanas, talheres de prata, artefatos de bronze, além de várias maquetes dos principais naufrágios que aconteceram durante todos esses anos:

Grande parte da história social da região se esconde nesses naufrágios”, explica o diretor.

Entre dezenas de naufrágios documentados desde 1894, o maior destaque é o naufrágio do transatlântico espanhol do Príncipe de Astúrias. Segundo Jeannis o navio afundou perto da Ponta de Pirabura em 1916, com 590 pessoas registradas a bordo, e mais centenas de passageiros ilegais em seus porões.

Segundo Jeannis Michael Platom, o Museu ainda não firmou parceria com nenhum órgão público e recebe somente investimentos privados:
É uma pena, pois não sabemos até quando poderemos manter o museu em Ilhabela. Em São Sebastião, no Museu Fundação Mar, temos o patrocínio da Prefeitura. Estamos tentando negociações junto a Secretaria de Cultura de Ilhabela, mas até o momento não há nada confirmado”, finaliza.

Curiosidades

Os fortes ventos que sopram na face sul da Ilha formam ondas de até cinco metros nas imediações da Ponta do Boi, jogando os navios contra as lajes submersas e rochas pontiagudas de seus costões;

As altas concentrações de magnetita nas rochas ao redor da Ilha também contribuem para interferir nas bússolas e desorientar os navegantes;

A somatória de fatores como posição geográfica, condições climáticas e correntes, fez com que Ilhabela figurasse entre as cidades com maior concentração de naufrágios do Brasil, ao lado do Rio de Janeiro e de Recife.

Serviço

O Museu Náutico de Ilhabela funciona todos os dias das 13 às 18 horas e fica na rua Dona Isa, 25, esquina com a avenida Almirante Tamandaré, Itaguassú (ao lado do Deck restaurante).

O ingresso custa R$ 8,00. Estudantes pagam meia, e crianças com menos de 7 anos e idosos com mais de 65 anos não pagam. E, as visitas são guiadas.

Outras informações no site:

www.museunauticoilhabela.com.br/index.html ou Tel: (12) 3896-3840 / 3896-3833 - email: museuilhabela@terra.com.br

Bruna Sales e Vanessa Xavier, para o Bombarco
Foto: Divulgação