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Beto Pandiani e Igor Bely treinam com veleiro Picolé na Cidade do Cabo

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Beto Pandiani e Igor Bely treinam com veleiro Picolé na Cidade do Cabo

18/03/2013
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O primeiro contato do barco Picolé, que levará Beto Pandiani e Igor Bely para a Travessia do Atlântico, com o mar encheu a dupla de expectativa e confiança para a aventura. O teste foi realizado nesta quinta-feira (14) na Cidade do cabo, África do Sul, de onde a dupla partirá. Mesmo com muito trabalho a fazer, incluindo testes nas novíssimas velas do catamarã sem cabine, a previsão para a largada é terça-feira, 19 de março. Os dois saem da África para mais de 30 dias ininterruptos de velejada pelo Oceano Atlântico até chegar em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo.

Os desafios da viagem são enormes, a começar pelo percurso de 5.000 milhas náuticas. Os ventos também devem ser fortes, média de 25 nós, o que deve exigir mais do veleiro Picolé, construído exclusivamente para a expedição. Por isso, Beto e Igor acreditam que os treinos e as avaliações iniciais, ainda em águas africanas, são fundamentais para o sucesso.

Pandiani falou sobre as primeiras impressões sobre o catamarã no mar: "A minha maior curiosidade com o Picolé era com o leme, pois ele é a alma do barco. Felizmente estava leve. O barco não ficou tão leve como o esperado, mas navegou gostoso. Está mais alto em relação a água, ou seja, esperamos velejar mais secos. A vela balão assimétrica não foi usada, pois esta na veleria sofrendo uma pequena adaptação e chega neste sábado (16). Só então vamos saber."

"Por serem novas, ainda foi difícil levantar as velas até o topo. Se continuarem assim, vamos chegar muito fortes no Brasil. Na primeira velejada do Picolé, o vento estava fraco como deveria ser na primeira vez. Mar liso, Sol quente e água gelada de 12 graus", contou Beto Pandiani.

A música “Águas de Março”, de Tom Jobim e Elis Regina, foi a trilha sonora da estreia do Picolé, após dois anos de projeto. O barco tem 24 pés (oito metros) e é feito todo em carbono para suportar condições adversas. O pequeno veleiro de dois cascos foi construído no estaleiro alemão Eaglecat. O modelo é adaptado às experiências de viagem da dupla e é híbrido, ou seja, não existe outro igual no mundo.

"Os barcos modernos, em fibra de carbono, são basicamente feitos de fios. Tudo em um barco a vela é isso. Claro, combinado com resina, espuma, e algumas peças de aço. Mas tem outras coisas que precisam acontecer para um barco como este ir para a água. Foram quase dois anos de reuniões, milhares de e-mails, consultas, projetos, centenas de visitas, horas e horas de tráfego em São Paulo, centenas de estacionamentos caríssimos, noites e noites imaginando, envolvimento de várias pessoas, doações de amigos, parceria com empresas, boa alimentação, firmeza emocional, muita força interna e, sobretudo, não ter medo que tudo dê errado. Pois bem, no dia da primeira velejada tudo isso convergiu."

A primeira velejada do Picolé foi ainda mais especial por causa das companhias de peso. "Mais de 15 baleias francas austral vieram brincar e, a cada minuto, uma levantava mostrando seu dorso ou mergulhando e exibindo sua calda. Já no fim da velejada, uma delas veio em direção ao Picolé e passou a dois metros do nosso barco. Foi lindo ver um animal daquele porte nadar tão suavemente e pertinho de nós", recordou Pandiani. "A vontade era de pular na água e abraçar a baleia. O Picolé começou bem a sua vida no mar, já logo fazendo amigos. Temos muito a navegar juntos, e esperamos vivenciar muitas coisas durante a viagem," completou.

Redação Bombarco
Fonte: ZDL
Fotos: Maristela Colucci