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CEO do Ferrettigroup Brasil comenta sobre a negociação do estaleiro com o grupo SHIG – Weichai Group

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CEO do Ferrettigroup Brasil comenta sobre a negociação do estaleiro com o grupo SHIG – Weichai Group

19/01/2012
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Na última quarta-feira, dia 18, o CEO da Ferrettigroup Brasil, Marcio Christiansen reuniu a imprensa para comentar sobre a aquisição majoritária de 75% das ações da italiana Ferrettigroup, um dos maiores fabricantes de iates de luxo no mundo, pelo grupo chinês Shandong Heavy Industry Group – Weichai Group (SHIG – Weichai Group), que atua na área da fabricação de veículos pesados e maquinários de construção. A coletiva foi realizada na loja Tool & Toys, showroom da marca Ferretti localizado em São Paulo.

Com a aquisição do grupo chinês, anunciada no último dia 10 de janeiro, o capital do grupo Ferretti será reconstituído, com acréscimo de 100 milhões de euros e redução da dívida da empresa, tornando o estaleiro o mais capitalizado grupo náutico após o período da crise mundial que atingiu os países da Europa em 2008.

Com investimento total de 374 milhões de euros, o grupo SHIG-Weichai adquire 75% das ações da fabricante de iates após a finalização do procedimento de reestruturação da dívida. Já os demais credores do estaleiro ficarão com os 25% em ações remanescentes da Ferretti, a partir de uma injeção de investimento de 25 milhões de euros para converter o débito em capital.

Para Marcio Christiansen, a negociação foi positiva já que agrega o capital e a tecnologia do grupo chinês com o design dos iates italianos. O CEO também adiantou que um dos objetivos da negociação é criar um mercado de barcos de lazer na China, um segmento de mercado ainda pouco explorado no país onde há mais de um milhão de novos milionários.

A Ferretti foi a primeira empresa a fazer um acordo deste tipo. “Vários estaleiros na Europa estão passando por necessidades e também precisarão fazer parcerias como essa”, adiantou o CEO.

Ferretti no Brasil – Para Christiansen a negociação, que não inclui a operação brasileira, só beneficia a Ferrettigroup no Brasil. “Isto afasta o medo de que aconteça alguma coisa com a Ferretti na Europa que acabe nos afetando aqui. Financeiramente não dependemos deles. Dependemos do envio de novos modelos de lanchas e dos royalties”, explica.

O grupo brasileiro comemora a boa fase do mercado local com a abertura da fábrica em Vargem Grande Paulista, em São Paulo em 2010 e trabalha com a expectativa de vender cerca de 70 barcos em 2012. “Já temos 50% dos barcos vendidos para este ano”, avalia Christiansen.

Mercado – Durante a coletiva o empresário Marcio Christiansen também comentou um pouco sobre o mercado brasileiro. Segundo ele, os barcos produzidos pela Ferrettigroup Brasil são vendidos aqui mesmo no país. Para ele, mais de 60% das lanchas vendidas são destinadas para São Paulo e Rio de Janeiro. “Depois vem a região sul, incluindo o litoral do Paraná e Santa Catarina, mas ainda faltam marinas e iates clubes no país”, avaliou.

Christiansen também avalia que a idade das pessoas que compram os barcos também mudou “Há cinco anos eram pessoas por volta dos 60 anos que compravam uma lancha. Hoje temos clientes com 45 anos comprando barcos”.

O CEO comparou a compra de um barco com o investimento em um mercado de ações. “As pessoas não compram ações sem antes estudar o mercado e a empresa na qual está investindo. O mesmo acontece com barcos, os clientes procuram saber de qual empresa estão comprando pra não ficar sem respaldo do estaleiro depois”, conclui.


Juliana Barbosa para Bombarco
Foto: Bombarco