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Instituto Argonauta, criado pelo Aquário de Ubatuba, em menos de um mês já atendeu 210 ocorrências

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Instituto Argonauta, criado pelo Aquário de Ubatuba, em menos de um mês já atendeu 210 ocorrências

14/08/2012
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O Instituto Argonauta criado pela equipe do Aquário de Ubatuba e a Marinha, em menos de um mês já atenderam 210 ocorrências de Pinguins de Magalhães e 8 ocorrências de Lobos marinhos,  encontrados debilitados ao longo da costa verde – Angra, Trindade, Paraty, Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela.

As ocorrências são diárias, e de todas elas, 45 pinguins e 1 lobo-marinho ainda permanecem em tratamento no Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Aquáticos – CRETA. Alguns animais foram encontrados mortos e os demais vieram a óbito logo no início do tratamento, devido às condições mais debilitadas de saúde em que chegaram.

No geral, os animais encontrados nas praias apresentavam hipotermia e cansaço, alguns um pouco de magreza, outros apresentaram óleo sobre as penas. Mas muitos chegaram abatidos e muito apáticos, e foram a óbito logo nas primeiras horas de atendimento.

Segundo o Oceanógrafo Hugo Gallo,“O que ajuda muito a equipe é a maneira de acondicionamento do animal até o resgate chegar, pois ao contrário do que a maioria  acredita, esses animais estão com frio e precisam ser aquecidos, portanto devem-se colocar os animais em uma caixa de papelão envolto numa toalha ou jornal e esperar o resgate chegar.

Para os animais com óleo o procedimento é o mesmo, devendo manter os animais aquecidos e não se deve, ainda, tentar a retirada do óleo, pois, é fundamental o restabelecimento do animal antes dos banhos, e a aplicação de qualquer produto pode ser extremamente prejudicial ao animal”, orienta Hugo.

Os lobos-marinhos também têm sido presença constante nas nossas praias, porém para estes animais o atendimento é diferenciado. Existem duas espécies de lobos que aparecem nesta época do ano, o lobo marinho sul-americano (Arctocephalusaustralis) e o lobo marinho subantártico (Arctocephalustropicalis) que se reproduz na ilhas Antárticas. A diferença entre estas espécies leva a diferentes formas de ação para o atendimento na praia: os animais subantárticos devem ser monitorados na praia e não devem ser levados a Centros de Reabilitação, segundo uma recomendação internacional para os países que possuem programas de pesquisa na Antártica.

Neste acordo entende-se que os animais subantárticos ao serem levados para estes Centros, podem contrair algumas doenças que seriam disseminadas em suas colônias. O acordo assinado pretende manter o maior isolamento possível ao continente Antártico, preservando suas características. Os lobos-marinhos sul-americanos não chegam às áreas Antárticas e Subantárticas, o que permite seu atendimento nos Centros de Reabilitação e posterior soltura.

Os lobos marinhos são mamíferos que vivem parte de sua vida no mar e parte em terra. No mar geralmente, estão me busca de alimento, e quando em terra, se não estão nas colônias de reprodução, podem estar descansando ou em processo de troca de pêlos. Muitas vezes os animais estão nas praias da região apenas de passagem, descansando e não devem ser incomodados”, comenta Carla Beatriz Barbosa, bióloga do Aquário de Ubatuba e do Instituto Argonauta.

O que muita gente não imagina é que estes animais podem se tornar agressivos caso sintam-se ameaçados. Por isso, a importância do atendimento por especialistas. O Aquário de Ubatuba e o Instituto Argonauta são as únicas instituições que possuem licença do IBAMA para resgatar aves e mamíferos marinhos na região. Ambas trabalham, com o apoio do IBAMA e o Instituto conta com o convênio da Petrobrás e o patrocínio do Aquário de Ubatuba, além do apoio logístico da Polícia Militar Ambiental, Corpo de Bombeiros e Polícia Federal Rodoviária.

Caso aviste algum animal debilitado ligue para o resgate com o máximo de informações possíveis sobre o local e as condições do animal. Quanto menor o tempo passado entre o encalhe e o resgate, maiores são as chance do animal!

Informações acerca da ocorrência de animais marinhospodem ser passadas por telefone ao Instituto Argonauta e ao Aquário de Ubatuba nos telefones: (12) 3834-1382 e 3833-4863.

 

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Redação: Bombarco
Fonte: Aquário de Ubatuba