São Paulo (SP) - A Equipe Brasileira de Vela pode trazer sua segunda medalha nos Jogos Olímpicos de Londres/2012 nesta sexta-feira (10). A dupla brasileira da 470, Fernanda Oliveira e Ana Barbachan, precisa de uma combinação de resultados na Medal Race, na raia olímpica de Weymouth, para sair com a medalha de bronze.
O problema é que os números jogam contra as gaúchas, que têm duas duplas à frente: as francesas Camille Lecointre/Mathilde Geron, em quarto, e as holandesas Lisa Westerhof/Lobke Berkhout, em terceiro. Porém, as atletas conseguiram bons resultados nas últimas provas e estão focadas para subir ao pódio. "Tivemos um dia bom na quarta-feira (8), nas duas últimas regatas classificatórias, e conseguimos somar poucos pontos. As outras equipes são muito fortes e estão se mantendo nas primeiras colocações desde o início. Agora, vamos para a Medal Race com chance de medalha e vamos dar o nosso melhor", garante Fernanda Oliveira.
A regata da medalha não tem descarte e o resultado é multiplicado por dois. A prova está marcada para 9h (horário de Brasília) e deverá ser transmitida ao vivo pela TV Record/Record News, SporTV e Portal Terra. A timoneira Fernanda Oliveira precisa tirar nove pontos das holandesas e seis das francesas - ou seja ficar cinco posições à frente das primeiras e três das segundas - para repetir o feito de Pequim/2008, quando saiu com o bronze velejando ao lado de Isabel Swan. Hoje, a gaúcha está ao lado da proeira Ana Barbachan. "Nós estamos satisfeitas em ter ficado entre as 10 primeiras durante toda a competição e vamos tentar ajudar o Brasil no quadro geral de medalhas brigando pelo bronze", explica Fernanda Oliveira.
Nas regatas até a Medal Race, as brasileiras só apareceram duas vezes fora das top 10: na primeira, com um 11º, e na terceira, com um 14º, resultado descartado. Se a regra de descartar o pior resultado da pontuação não existisse, Fernanda e Ana estariam apenas três pontos atrás do pódio.
Outros dois barcos com brasileiros também foram à Medal Race na Olimpíada de 2012. Robert Scheidt e Bruno Prada levaram a medalha de bronze na classe Star e Ricardo ‘Bimba’ Winicki ficou em nono na RS:X. "O Bimba estava muito bem preparado, sem nenhum tipo de lesão e mais forte do que nunca (ganhou cinco quilos de massa muscular). Mas, infelizmente, tivemos problemas de adaptação com o material fornecido, que não rendia o mesmo que os dos nossos principais adversários. De qualquer forma, só temos a comemorar o resultado. Agora é descansar e se preparar para o que vier pela frente, seja Kitesurfe ou Windsurfe (RS:X)", relata Fernando Pasqualin, treinador do atleta.
Nas demais classes, o Brasil não conseguiu levar atletas à regata da medalha. Na Laser, Bruno Fontes ficou na 13ª posição e na Laser Radial, Adriana Kostiw fechou o campeonato em 25º. Na Finn, Jorge Zarif foi o 19º e Patrícia Freitas terminou na 13ª colocação na RS:X.
Bruno Prada chega ao Brasil e comemora o bronze - Bastante assediado pela imprensa no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, na manhã desta quinta-feira, o medalhista de bronze Bruno Prada, proeiro de Robert Scheidt na classe Star, comemorou bastante seu resultado. "Logo depois da regata fiquei chateado com o resultado da Medal Race, mas depois a ressaca passou e estou muito feliz com a medalha que conquistamos no domingo. Independente da cor, uma medalha olímpica é para ser comemorada. É que nem filho, tem de cuidar bem", brinca, bem humorado.
Bruno acrescenta que já tem um plano B, C e até D para 2016, caso seja confirmada a saída da Star nos Jogos do Rio de Janeiro. "Se a Star não voltar para a Olimpíada já tenho algumas opções de classes para o próximo ciclo olímpico", conta, sem revelar quais são as escolhas.
Quem estava no mesmo voo de Bruno era a velejadora da Laser Radial, Adriana Kostiw, que terminou sua participação na 25ª colocação. "Foi meu melhor resultado internacional, embora não tenha ficado satisfeita, pois queria muito o pódio. A preparação foi bem feita, mas foi iniciada somente um ano e meio antes de Londres. Para o Rio/2016 vou continuar na Laser e tentar a nova classe, a Nacra 17, que será disputada por um homem e uma mulher juntos", antecipa.
Mais atletas desembarcam - Nesta sexta-feira (10) mais dois representantes da Equipe Brasileira de Vela retornam ao Brasil: Ricardo Winicki (RS:X) chega no Galeão (RJ) e Bruno Fontes (Laser) desembarca em Florianópolis (SC). Os voos de Jorge Zarif (Finn) e Patrícia Freitas (RS:X) estão marcados para o sábado (11), em São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente. Fernanda Oliveira e Ana Barbachan, que disputam a medalha na 470 nesta sexta-feira, ficam na Inglaterra até domingo (12) e retornam a Porto Alegre (RS) no dia seguinte.
O último a chegar será Robert Scheidt, que participará da cerimônia de encerramento da Olimpíada. O maior medalhista olímpico do Brasil desembarca em São Paulo na terça-feira (14).
A vela na Olimpíada
Como é comum em olimpíadas, a competição de vela não é realizada na cidade-sede dos Jogos de Londres. As regatas estão sendo disputadas em Weymouth, na costa sul da Inglaterra. O local é a sede da Academia Nacional de Vela, o principal centro da modalidade no País. A disputa termina no dia 11 de agosto, com a final do Match Race feminino.
Preparação ideal para os Jogos
A preparação da equipe brasileira de vela para Londres foi a melhor já feita para Jogos Olímpicos. Com o patrocínio do Bradesco, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, e a parceria com o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), a Confederação Brasileira de Vela e Motor (CBVM) montou um calendário ideal para cada membro do grupo, aproveitou a área de Ciência do Esporte do COB para mapear as necessidades de cada atleta e montou uma equipe multidisciplinar para que nada faltasse aos velejadores.
A Confederação Brasileira de Vela e Motor tem o patrocínio do Bradesco por meio da Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal, e apoio do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e Travel Ace.
Fonte: ZDL
Foto: onEdition
