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Travessia do Atlântico: Parados no oceano, Pandiani e Bely esperam vento para chegar ao Brasil

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Travessia do Atlântico: Parados no oceano, Pandiani e Bely esperam vento para chegar ao Brasil

15/04/2013
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A falta de ventos constantes fez com que Beto Pandiani e Igor Bely recalculassem a previsão para o fim da Travessia do Atlântico, aventura da dupla pelo oceano Atlântico a bordo de um catamarã sem cabine, e os 30 dias sem escalas não serão suficientes para completar a viagem entre a Cidade do Cabo (África do Sul) e Ilhabela (Brasil).

"Com a falta de vento desta semana que passou não vamos conseguir chegar em Ilhabela no dia 20. Portanto, amigos, sinto muito se alguém se programou e sinto também por nós, que tínhamos expectativa de chegar em terra na semana que vem. Paciência, temos uma meteorologia desfavorável, com pouco vento e depois de segunda-feira (15) com ventos contrários", disse Beto Pandiani.

O barco Picolé se aproxima da ilha brasileira de Trindade. A partir desse trecho são 600 milhas náuticas até Vitória, Espiríto Santo, em linha reta. A estratégia de Beto Pandiani e Igor Bely é fazer a aproximação da costa do Brasil por Cabo Frio (RJ) e depois descer a costa fluminense e em seguida a paulista. "Dependemos do vento e ainda não sabemos ao certo o que vai acontecer até quarta-feira (17). Aqui no barco comemoramos todas as pequenas coisas, assim mantemos o ótimo humor e astral", relatou Beto Pandiani em seu diário de bordo publicado no site travessiadoatlantico.tumblr.com.

Nessa fase da viagem, com ansiedade para chegar em terra firme, a ordem a bordo é paciência. Alguns pequenos detalhes como comida fresca, uma cama confortável e um banho fazem parte do sonho imediato dos dois. "Temos comida em abundância, mas as coisas frescas se foram, já comemos o último grapefruit. Sonho em poder tomar um simples suco de laranja, comer uma salada de tomates com alface e um prato de frutas. Já que não posso, vou me dedicar ao máximo para levar o Picolé de volta para casa. As noites tem sido difíceis para mim, pois a caminha improvisada é muito dura e passo a noite virando de um lado para o outro, igual frango de padaria, tentando encontrar uma posição melhor. Depois que comecei a fazer estas viagens, passei a amar minha cama e não tem uma noite que eu chegue em minha casa e olhe para ela com o devido valor".

Beto Pandiani aproveita para propor uma reflexão àqueles que estão acompanhando sua expedição. "A vida aqui não é superlativa como na cidade, aqui temos um modo de vida espartano ao máximo e nosso exercício é maximizar, minimizar, valorizar, pois os recursos são finitos e é fácil de ver. Na cidade perdemos a noção dos recursos que dispomos e vivemos uma vida perdulária em todos os sentidos. Vou até mais longe, acho que perdemos muita energia em pensar bobagens que não levam a nada. Aqui toda a nossa energia consumida tem que nos levar de volta para casa. Acho que isso dá uma boa reflexão para todos. Onde queremos chegar com a energia que dispomos? Vejo a vida assim: nascemos cada um com uma cota de energia programada para chegar a um determinado lugar, como um carro que pega uma estrada e tem combustível para tantos quilômetros. Se chegarmos antes do tempo, acho que ganhamos uma sobrevida, mas se nos perdermos no caminho e gastarmos nossa energia em coisas supérfluas, podemos ter nosso plano de voo revisto. Viva mais com menos, viaje leve e vá longe, mandamentos do Picolé."

 

Redação Bombarco
Fonte: ZDL
Fotos: Igor Bely