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Veleiro Picolé, de Beto Pandiani, já está na água para travessia do Atlântico

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Veleiro Picolé, de Beto Pandiani, já está na água para travessia do Atlântico

15/03/2013
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Na quarta-feira 13 de março, Beto Pandiani e Igor Bely finalmente colocaram o veleiro Picolé, que os levará na travessia do Atlântico, na água. Depois de duas semanas de trabalho em um estaleiro da Cidade do Cabo, África do Sul, o catamarã sem cabine passará por testes de navegação, antes de partir para Ilhabela. O cronograma da dupla foi alterado e a viagem deve ter início na semana que vem. "Só vamos sair daqui quando nos sentirmos seguros", afirmou Pandiani.

"Depois de dois anos de planejamento e uma rotina intensa durante os últimos dias, nós conseguimos ver o barco na água. Brindamos esse momento, mas o próximo será do outro lado do oceano, em Ilhabela, com muitos amigos comemorando o sucesso da travessia", comemorou Pandiani.

"Tem sido muito extenuante a montagem do Picolé, pois tivemos muitos contratempos, mas valeu a pena ter apostado neste projeto. Desde 2011 estamos trabalhando nesta viagem e a quarta-feira foi um dia especial. Agora começa uma nova viagem, a viagem de realizar o que foi idealizado. Cada nó dado, cada parafuso no seu devido lugar vai dando forma à nossa casa flutuante. Uma jangada tecnológica genial que tem mostrado para nós que podemos ir mais longe do que imaginávamos e com muito pouco", completou o velejador.

Pandiani e Bely enfrentarão um percurso de 5.000 milhas náuticas da Cidade do Cabo até o litoral norte paulista. Antes de zarpar com o barco Picolé, a equipe de terra se certifica de todos os detalhes e esse ‘pente fino’ foi fundamental para encontrar erros de construção da embarcação de 24 pés (oito metros). Para sair 100% seguros, Betão e Igor resolveram adiar um pouco mais a partida.

"Pensamos nossa estratégia em relação ao tempo certo de partir ou não. Com base em expedições anteriores e no nosso know-how de preparação de barcos para aventuras pelos mares do mundo, concluímos que só vamos sair em total segurança. Afinal de contas, será uma viagem de 30 dias sem escalas, um pouco diferente das demais, quando chegamos a parar e consertar algum dano ou reabastecer", explicou Beto Pandiani, que está na Cidade do Cabo desde o mês passado se preparando para a travessia.

Beto Pandiani e Igor Bely ainda pretendem treinar com o catamarã sem cabine nas águas sul-africanas para testar o barco. "Tivemos uma surpresa a cada dia e percebemos muitas falhas na construção. Falhas que hoje podemos perceber, alguns anos antes não. Ou seja, mudamos de patamar, mas ainda assim continuamos a mercê do imponderável", reforça o velejador. Segundo a previsão inicial, o barco pode ter os primeiros problemas (desgaste natural das peças) após os sete primeiros dias.

A expedição, que foi parcialmente bancada por um financiamento coletivo na internet, será uma das mais desgastantes da carreira de Beto Pandiani. Mesmo evitando zonas de tempo ruim no Oceano Atlântico, o barco sofrerá com os fortes ventos e frio nessa parte do planeta. Só para se ter uma ideia, a dupla navegará por uma rota que coincide com a Costa dos Esqueletos, um dos locais mais inóspitos do mundo.

O Picolé tem 24 pés (oito metros) e é feito todo em carbono para suportar condições adversas. O pequeno veleiro de dois cascos foi construído no estaleiro alemão Eaglecat. O modelo é adaptado às experiências de viagem da dupla e é híbrido, ou seja, não existe outro igual no mundo.

 

Redação Bombarco
Fonte: ZDL
Foto: Maristela Colucci