No Brasil, existem atualmente quatro tipos de gasolina à venda no mercado: Podium, Premium, comum aditivada e comum. De acordo com determinação da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a gasolina brasileira tem adição de 25% de álcool anidro (que não contém água), independentemente do tipo. O álcool anidro faz com que a gasolina absorva água da atmosfera.
Segundo as distribuidoras, a gasolina tem uma vida útil de 60 dias após o adicionamento de álcool, que é feito já na saída da refinaria. Somando o tempo de transporte ao tempo em que fica parada no posto até ser vendida para o consumidor final, lá se vão cerca 30 dias. Após esse prazo, a gasolina sofre um processo natural de oxidação com decantação de parafinas (goma) que podem depositar-se no sistema de alimentação do combustível. O acúmulo de goma vai ocasionar, conseqüentemente, o mau desempenho do motor. A oxidação causada pelo álcool, por sua vez, irá reagir com os metais, com alguns tipos de plásticos e com as juntas de borracha.
A octanagem
As gasolinas são classificadas mundialmente de acordo com a octanagem. A octanagem mede a resistência da gasolina à detonação (conhecida popularmente como batida de pino), que pode causar danos ao motor. Segundo as distribuidoras, a octanagem das gasolinas do tipo comum e Premium, vendidas no país, é equivalente a das gasolinas norte-americanas e européias.
As gasolinas comum e comum aditivada possuem a mesma octanagem. Elas diferem entre si pela presença de um aditivo do tipo “detergente-dispersante”, que tem a função de manter limpo todo o sistema por onde passa o combustível. Sendo assim, a aditivada deixa os motores mais limpos, em melhores condições de funcionamento e o custo de manutenção será menor.
Já a Premium possui maior octanagem que a comum. Serve para qualquer tipo de motor à gasolina, mas nenhum benefício será obtido se o motor não exigir este tipo específico de combustível. É recomendada para motores desenvolvidos para uma gasolina de alta octanagem, cujas principais características são: alto desempenho, elevada taxa de compressão e sensor de detonação. A Premium também contém o aditivo detergente-dispersante.
Em 2002, a Petrobras lançou a gasolina Podium, um grande avanço de tecnologia em combustível, que surgiu para suprir a carência gerada pela grande quantidade de motores de alta performance vendidos no mercado brasileiro. As novas gerações de motores passaram a exigir um combustível com maior teor de octanagem, maior durabilidade (estabilidade) e menor teor de enxofre (menos poluente).
A diferença entre a gasolina nacional e a norte-americana é a presença de álcool na proporção de 25% na brasileira e ausência do chumbo tetraetila na norte-americana. Nesta última, o percentual de álcool não passa de 10%.
Atualmente, a Petrobras trabalha na formulação de uma gasolina específica para uso náutico, uma antiga reivindicação da indústria de barcos de lazer no país.
Qual a melhor gasolina?
De acordo com Ricardo Aragão, especialista em motores de barcos formado pela Escola Técnica da Universidade de Washington e membro da Associação Norte-Americana de Mecânicos de Motores Marítimos (AMTECH), a melhor gasolina à venda no mercado nacional é a Podium, “pois os motores de popa e de centro comercializados no Brasil foram desenvolvidos para a mais alta octanagem possível, sendo necessário, em alguns casos, o uso de aditivos extras para melhorar a performance do motor”.
Em segundo lugar, segundo ele, vem a gasolina Premium. Em terceiro, a comum aditivada e, por último, a comum. Vale lembrar que alguns postos costumam adulterar a gasolina. Por isso, é importante abastecer sempre em locais de confiança. Outra dica é instalar um filtro decantador (separador de água) e revisá-lo a cada 6 meses.
O óleo lubrificante
Além de ser fundamental para o desempenho e a durabilidade de motores marítimos, o uso do óleo lubrificante correto evita problemas mecânicos e a perda da garantia. As condições de uso do motor de uma lancha são bem diferentes das condições de um motor automotivo.
O motor marítimo trabalha normalmente em rotações mais elevadas, impulsionando barcos pesados por longos períodos, estando sujeito a um aquecimento maior. O motor marítimo pode operar por muito tempo em baixa rotação e, apesar de ser quase sempre refrigerado a água, não conta com a aeração dos motores automotivos. Por estar sujeito à ação da umidade, fica mais exposto à corrosão.
Com tantas agressões, o óleo lubrificante para motores marítimos precisa ser obrigatoriamente de excelente qualidade, seja para os motores de dois tempos, seja para os de quatro tempos.
Redação: Bombarco
Foto: Bombarco