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Vento sul: o barco bicampeão do Desafio Solar Brasil (DSB)

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Vento sul: o barco bicampeão do Desafio Solar Brasil (DSB)

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Uma proposta e um desafio aceito. Foi assim que surgiu a ideia de criar um grupo formado por alunos do curso de engenharia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para construir um barco solar – embarcação movida exclusivamente por energia solar fotovoltaica.

A proposta surgiu a partir do convite da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em abril de 2009. Inspirados no Frisian Solar Challenge – maior competição internacional de embarcações elétricas abastecidas exclusivamente com energia solar fotovoltaica, criado em 2006 e que ocorre na região da Frísia, norte da Holanda, a cada dois anos – os alunos da UFRJ visitaram diversas universidades no Brasil convidando os alunos para montarem suas equipes e participarem do 1º Desafio Solar Brasil.

Os alunos da UFSC toparam o desafio e o projeto teve início, primeiramente, com a participação de 20 alunos e quatro professores do Departamento de Engenharia Mecânica:

“Começamos a ideia para participar do Desafio Solar Brasil, tínhamos um laboratório de energia fotovoltaica muito desenvolvido, e começamos os trabalhos. O objetivo era construir um barco para participar do Desafio Solar Brasil e ganhar. Da palestra da UFRJ formamos uma equipe e começamos a nos reunir, tinham muitas pessoas, umas 20, tinham uns quatro professores, mas entramos em julho com 12 pessoas”, conta Paulo Figueiredo Lucas, estudante do 9ª fase do curso de engenharia civil da Universidade Federal de Santa Catarina, membro da equipe da UFSC.

Os trabalhos para a construção da primeira embarcação teve início em abril de 2009 e demorou seis meses para se concretizar. Em outubro do mesmo ano o primeiro barco solar, fabricado com fibra de vidro com resina poliéster dos alunos da UFSC participava do 1º Desafio Solar Brasil, que aconteceu na baía de Paraty, no Rio de Janeiro.

O catamarã, batizado de Vento Sul, surpreendeu a todos e foi considerado o melhor projeto executado, com o melhor rendimento e a melhor elétrica apresentada, garantindo o primeiro lugar na competição:

“Nosso projeto não teve tanto apoio de engenheiros navais, mas a qualidade do nosso projeto elétrico fez uma diferença enorme nos resultados. Os motores e baterias escolhidos foram predominantes na vitória, muitas equipes fizeram projetos mecânicos refinados, mas esqueceram que é um barco elétrico e isso fez e faz a grande diferença da nossa equipe. Damos importância igual aos dois projetos, tanto elétricos quanto mecânicos e sempre buscamos minimizar as perdas de energia com cabos bem dimensionados, motores de alto rendimento e baterias eficientes”, explica Paulo Figueiredo Lucas.

A estudante Folwe Valentin, que cursa a 3ª fase do curso de engenharia de produção civil, e atual diretora de Marketing da equipe conta das vitória já conquistadas com a execução do projeto:

“Hoje, somos os Bicampeões do Desafio Solar Brasil (DSB), sendo que em 2010 ficamos 3 horas e 42 minutos na frente do segundo colocado. Também em 2010 participamos do Frisian Solar Challenge com o Guarapuvu, segunda embarcação da equipe, projetado para a competição na Holanda, onde fomos classificados como a melhor equipe não europeia e a melhor equipe novata”, finaliza.

Com funciona?

Os módulos fotovoltaicos captam a energia solar e a transformam em energia elétrica. Essa eletricidade gerada é distribuída pelo controlador de carga e armazenada nas baterias ou utilizada pelo motor.

O catamarã Vento Sul contém seis módulos fotovoltaicos, totalizando 780W, duas baterias de Li-FePO4 de 40Ah, motor elétrico de 1000W e chega à velocidade máxima de 7,5 knot (aproximadamente 14 quilômetros por hora). O monocasco Guarapuvu contém cinco módulos fotovoltaicos totalizando 875W, também tem duas baterias de Li-FePO4, motor elétrico de 1500W e chega à velocidade de 10,8 knot (aproximadamente 20 quilômetros por hora).

A equipe

Atualmente a equipe é multidisciplinar, composta por 30 membros dentre acadêmicos das engenharias química, mecânica, civil, elétrica, produção, de materiais, sanitária e ambiental, controle e automação e também acadêmicos de jornalismo, química e ciências da computação, todos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), divididos nas seguintes diretorias: Coordenação do Desafio Solar Brasil – Etapa Florianópolis; Coordenação – Barco Vento Sul; Coordenação – Barco Guarapuvu; Assessoria de Imprensa; Marketing; Patrocínio e Financeiro, Logística; Elétrica; Mecânica; Naval e Computação. Cada diretoria possui um diretor e todos gerenciados pela Coordenação Geral e orientados pelo professor Orestes Alarcon, chefe do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC.

Bruna Sales para Bombarco
Foto: divulgação