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A força dos ventos

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A força dos ventos

Esporte náutico e Lazer a Bordo 30/11/-0001
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“Você sabe que vento é esse?”. Se você costuma velejar, com certeza, já deve ter ouvido esta pergunta. Caso tenha um conhecimento básico sobre a direção, responderia “é vento norte, sul, sudeste, oeste, noroeste”.

Para um velejador, principalmente de vela oceânica, conhecer os ventos é quase que uma “tarefa obrigatória”. Tanto como para a própria segurança, como também para obter bons resultados em regatas.

Vento nada mais é que o movimento horizontal do ar, distinto da corrente de ar, cuja direção de movimento é sempre vertical, e depende das diferenças de pressão atmosférica e do relevo terrestre. Sopram das áreas de alta pressão para as áreas de baixa pressão.

A velocidade é medida com aparelhos chamados anemômetros. A Escala de Beaufort possibilita realizar uma estimativa da velocidade por meio de uma observação visual, sem necessariamente fazer uso de aparelhos. A tabela, organizada pelo almirante britânico Francis Beaufort em 1805, contém as faixas de velocidade do vento, relacionando com seus possíveis efeitos.

Ventos em Ilhabela
Ilhabela, no litoral norte paulista, oferece excelentes condições de vento e mar do Canal de São Sebastião, o que fazem do arquipélago o local preferido de muitos velejadores. Privilegiado, é um dos únicos lugares da costa brasileira com ventos superiores a 10 nós, em cerca de 80% dos dias do ano, por pelo menos uma hora.

Não é por menos que a cidade é conhecida em todo o país como a Capital da Vela. A qualidade dos ventos também atrai muitos praticantes de windusurfe e kitesurfe.

A Praia da Armação e Ponta das Canas são os locais reconhecidamente propícios para a prática de esportes de vela, com frequentes ventos leste. No verão, predominam os ventos nordeste/leste e no inverno sul/sudeste. As melhores épocas do ano para se velejar são de abril a julho.

Segundo o Plano Gestor de Turismo de Ilhabela, no arquipélago, predominam as seguintes características:

- Leste: À tarde, mar liso, vento constante. Ao final do dia, pode virar para Nordeste, “batendo de cara” na Praia da Armação. Melhor local: Ponta das Canas.

- Sul e Sudoeste: Geralmente “entra forte”, a qualquer hora, no canal de São Sebastião, no início de uma frente fria. É acompanhado, frequentemente, de forte correnteza sul, que pode ser perigoso para iniciantes com dificuldades para orçar. Esse tipo de vento resulta em mar agitado. Melhor local ao norte: Praia do Pinto.

- Noroeste: Geralmente pré-frontal, de curtíssima duração, e não é considerado muito confiável. Melhor local: Praia da Armação.

- Sudeste: Passa ao largo da Ponta das Canas. Muitas vezes, dá ao observador na Praia da Armação a impressão de que não está ventando. Com equipamento de Fórmula Windsurfe é possível chegar a ele e constatar sua intensidade, em geral, forte com mar agitado. Melhor local: Ponta das Canas, em direção à Pacuíba.


Escala Beaufort
0 - Calmaria, 0 a 1 (km/h) - As folhas não se movem. A fumaça sobe na vertical.

1 - Bafagem, 1 a 5 (kme/h) - As folhas não se movem. A fumaça se move lentamente.

2 - Aragem, 5,1 a 11 (km/h) - As folhas já se movem. Sente-se o vento com o rosto.

3 - Vento fraco, 11,1 a 19 (km/h) - As folhas se agitam, ramos finos se movem

4 - Vento moderado, 19,1 a 29 (km/h) - Galhos se movem. Papéis soltos voam. Poeira é levantada.

5 - Vento fresco, 29,1 a 38 (km/h) - Pequenas árvores se movem. A água em lagos começa a ondular.

6 - Vento muito fresco, 38,1 a 50 (km/h) - Galhos grossos balançam. Vento assovia nos fios. Problemas com o uso guarda-chuvas.

7 - Vento forte, 50,1 a 61 (km/h) - Árvores mais grossas balançam. Dificuldade em andar contra o vento.

8 - Vento muito forte, 61,1 a 74 (km/h) - Galhos médios são quebrados. Bem difícil andar contra o vento.

9 - Temporal, 74,1 a 86 (km/h) - Galhos grossos são quebrados. Impossível andar contra o vento.Telhas são levantadas.

10 - Temporal desfeito, 86,1 a 101 (km/h) - Árvores são arrancadas. Danos nas estruturas de edificações.

11 - Tufão, 101,1 a 120 (km/h) - Grandes danos

12 - Furacão acima de 120 (km/h) - Danos excessivos


Thassia Ohphata
Fotos: Márcio Ishihara e Aline Bassi/Balaio