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Tipos de vela

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Tipos de vela

Esporte náutico e Lazer a Bordo 31/12/1969
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Se num veleiro, o “combustível” é o vento, pode-se dizer que o “motor” é a vela. Aproveitar todo o potencial de uma vela não é uma tarefa fácil, e as técnicas de utilização são aprendidas somente com muita prática.

Saiba mais sobre as velas de um veleiro padrão:

Mestra
Principal do barco é também chamada de vela grande. Caso seja para navegação perto da costa, a vela precisa ter pelo menos duas forras de rizos – dispositivo utilizado para reduzir a vela quando o vento está muito forte – bem espaçadas.

Genoa
Localizada na frente do barco, também é conhecida como vela buja. Altas estreitas e com formato aerodinâmico, geram propulsão e seguem nas direções transversais ao vento.


Spi Simétrico

Também conhecida como spi ou vela balão, devido ao seu formato cheio. Nos jibes ou cambadas em roda com vento em popa, é mantido cheio. Geralmente, o seu tamanho supera a mestra e a genoa juntos, e por isso dá trabalho para ser armado. O manuseio também requer perícia e uso de equipamentos específicos, como o pau de spinnaker, que fora de uso, ocupa espaço.

Esse tipo de vela deve ser sempre confeccionado em tecido leve e maleável – náilon ou poliéster. Nos veleiros de regatas substitui a genoa, para que a velocidade com vento de popa seja aumentada. Só é bom com este tipo de vento.

Spi Assimétrico
Parecido com um spinnaker simétrico, mas possui testa (parte dianteira da vela, por onde entra o vento) maior que a valuma (parte traseira do barco por onde sai o vento).

É utilizada em barcos de competição e cruzeiro, em geral, com ventos fracos. Com vento de popa, não é tão bom quanto um spinnakker simétrico. Não deve usar esse tipo de vela na mudança de tempo, pois o controle do barco pode ficar difícil.

Gennaker
A diferença do gennaker com o spi assimétrico é na curvatura da vela. É também menor, mais achatado e pode ser utilizado com enrolador. É mais apropriado para ventos aparentes entre 50 e 110 graus, e usado quando se veleja a favor do vento.

Materiais e preços

Atualmente, há vários tipos de materiais disponíveis no mercado de velas. Entre os cruzeiristas, cujos barcos são mais lentos e com materiais mais pesados, o dracon e o prolan são os materiais mais procurados, segundo Gentil Gouveia Nunes Junior, do JG Serviços Náuticos e Manutenção Periódica em Veleiros, de Ilhabela (SP).

Ainda de acordo com ele, nos barcos de regatas, por exigirem o máximo de desempenho, geralmente são utilizadas velas fabricadas em materiais laminados, como pentex ou o carbono. A durabilidade de uma vela de regata é de cerca de um ano, após esse período, a peça começa a deformar e perder a sua eficiência.

Os valores variam conforme o fabricante, o material empregado na fabricação e também o tamanho do barco. Conforme os cálculos de Nunes Junior, um jogo de velas kevlar para um veleiro de 36 pés de um estaleiro renomado, por ser um produto importado, custa em média 5 mil dólares.

Desempenho e manutenção
Nunes Junior explica que os materiais empregados nas construções das velas interferem também no desempenho dos veleiros. “Hoje, não podemos imaginar os barcos da Volvo Ocean Race – a maior regata do mundo, com pesadas velas de dacron normalmente usadas para os veleiros de cruzeiro. Temos a regra de que peso não ajuda a embarcação a ter velocidade”, explica.

A manutenção das velas também depende de como a peça é tratada pelo dono. Para uma maior durabilidade e poucas manutenções recomenda-se guardar a vela, sempre que não estiver em uso, em local adequado e protegido com capas e proteção UV.

O reparo é realizado em oficinas especializadas em velas, as chamadas “velarias”. Alguns consertos provisórios, com fitas adesivas próprias, podem ser feitos pelo próprio velejador. “A dificuldade, muitas vezes, é mais pela a falta de equipamentos do que a habilidade de manejar linhas e agulhas”, diz Nunes Junior.


Thassia Ohphata
Fotos: Aline Bassi/Balaio