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Buscando histórias no mar

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Buscando histórias no mar

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A websérie #SAL (Hashtag Sal) apresenta a cada episódio a história de alguém, ou alguéns, que vive no mar: um casal que está criando o filho a bordo de um veleiro; pessoas que trocaram o agito de São Paulo pela calma de Ilha Grande; um homem que vive quase isolado na Praia de Parnaioca, também na famosa ilha do litoral carioca. Além dessas, acompanhamos as aventuras de Adriano Plotzki e Ernani Oliveira, que estão produzindo a série documental a bordo do veleiro Brutus, um Newport 25.4 que pertence a Adriano.

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#SAL

Adriano, diretor de cinema que geralmente trabalha com projetos sob encomenda, começou a desenvolver a websérie como trabalho pessoal em agosto de 2013, motivado pela paixão pelo mar. “Quando comecei a velejar tudo parecia tão incrível que eu achei que devia compartilhar,” afirma o cineasta que descobriu a vela através de um amigo há quatro anos e desde então tem passado o tempo que pode na água.

“Enquanto meu barco ficava na Guarapiranga, ia todos os sábados e domingos para a represa e ficava lá por 6 ou 8 horas.  Agora que tenho o barco em Paraty venho uma vez a cada 15 dias e durmo de três a quatro noites no Brutus”, revela Adriano.

Ernani, que cuida da Direção de Fotografia do #SAL, já havia trabalhado com Adriano em outros projetos e foi convidado para subir a bordo do Brutus. Topou motivado pelo desafio de filmar num ambiente tão difícil de controlar. Detalhe: ele nunca tinha velejado antes e tinha medo do mar.

Batemos um papo com a dupla para saber mais sobre o #SAL. Confira!

Bombarco - Por que o nome #SAL?
Adriano - Sal é o que dá tempero a comida, eu gostaria que o #SAL trouxesse também um pouco mais de gosto pela vida. Um pouco mais de sentido para a sucessão de tarefas que todos nós fazemos todos os dias. Além disso, o Sal está relacionado ao mar, é uma palavra simples, direta, minimalista.

Bombarco - Como surgiu a ideia para a websérie?
Adriano - Foi um processo longo. Antes de velejar, sempre tive muita curiosidade pelo que existia além da praia. Histórias do mar sempre me fascinaram, uma admiração quase religiosa. Quando comecei a velejar tudo parecia tão incrível que eu achei que devia compartilhar. Obviamente não sou nenhum Amyr Klink ou Torben Grael, mas a ideia do #SAL é justamente que as pessoas gostem por identificação e não por admiração. O nosso foco é como vemos as pequenas coisas e damos sentido a elas, há muitas coisas incríveis pelas quais passamos despercebidos.

No começo eram para ser apenas entrevistas, mas tínhamos dificuldade de mostrar como era o dia a dia em um barco, ficando com o entrevistado o dia inteiro. Então resolvi que nós mesmos ilustraríamos isso. Vivendo também o que entrevistado passa, torna a comunicação muito mais sincera.

Faço questão também que a equipe seja mínima, pois é muito importante manter o clima que velejar proporciona. Tenho uma preocupação muito grande em transmitir exatamente o que aconteceu, sem inventar situações. o roteiro é escrito por mim no celular enquanto fazemos as travessias ou paramos para dormir em alguma ancoragem, assim está sempre com frescor.

Bombarco - O que te interessou no projeto?
Ernani - Eu me interessei pelo desafio de fazer imagens em um espaço que você não tem muito controle do que pode acontecer, tanto em relação ao mar, como em relação à luz e às cenas e por curiosidade pelo velejar, pois nunca trabalhei em nada relacionado à vela ou qualquer outro tipo de barco.

Bombarco - Vocês passam todo o tempo de filmagem no barco?
Adriano - Sim, o barco é a nossa casa durante as filmagens. Além das atividades normais de um barco, ainda checamos o material gravado, carregamos baterias, escrevemos o roteiro e tudo mais que é necessário para fazer um filme.

Bombarco - O que está achando?
Ernani - Eu pareço uma criança vivendo um sonho que estou tentando entender. Cada dia de gravação é mágico: suas cores, contrastes, a vida no mar, ser guiado pelo vento. Nos segundos de folga, fico fotografando e mandando fotos para os amigos no Facebook. Estou apaixonado por este mundo!

Bombarco - Já se acostumou a navegar no veleiro?
Ernani - Aí vem a parte difícil! Antes, eu achava que não gostava do mar. Aí, percebi que tenho medo de nadar, mas por mais incrível que pareça, quando estou no veleiro o medo desaparece e me sinto em casa com um quintal imenso, tudo em câmera lenta, só a mudança do vento que me desperta.

Bombarco - Passaram por alguma situação inusitada?
Adriano - No dia #6, estávamos na Parnaioca e o mar estava com ressaca. A arrebentação das ondas dificultava muito para voltarmos com o bote, que carregava o nosso equipamento e as mochilas de um casal europeu que pediu carona para sair de lá.  Fizemos uma operação de guerra para conseguirmos chegar ao barco. Amarramos tudo no bote e o carregamos até a arrebentação, quando uma onda chegava jogávamos o bote por cima das ondas, eu gritava para eles em inglês “Lift the boat! Go! Go! Go!”.  As ondas estavam grandes, várias vezes me derrubaram, mas chegamos com tudo salvo até o barco. Infelizmente o equipamento estava no bote e não temos isso gravado.

Bombarco - Você pensa em morar num barco um dia?
Adriano - Sim, mais para o futuro, mas não sei se somente no barco, ainda existem muitas coisas na cidade que eu gosto. Vai depender muito da Aline Senna, com quem sou casado. É importante que ela esteja feliz também. Por enquanto o nosso plano é viver entre os dois mundos. De qualquer forma, durante uns oito dias no mês eu já moro no meu barco.

As gravações ainda estão rolando e Adriano confessa não pensar em para: “O #SAL não tem um fim determinado, enquanto houverem pessoas interessadas pretendo seguir fazendo.”

Confira os episódios aqui!



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Marília Passos para Bombarco
Foto: Reprodução/#SAL