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Valéria Ravani aos comandos de Jazz, um veleiro campeão.

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Valéria Ravani aos comandos de Jazz, um veleiro campeão.

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Com a delicadeza própria da mulher e a dedicação de uma atleta nata, Valéria Ravani é uma das representantes do sexo feminino que se destacam na vela brasileira. A bordo do irreverente veleiro Jazz, um Malbec de 36 pés, que tem como marca principal o desenho do casco inspirado na obra do artista francês Henri Matisse, Valéria participa de regatas desde 2005, quando ainda era aluna da Escola de Iatismo BL3, em Ilhabela.

Apaixonada pelo esporte, Valéria revela que há ainda certo preconceito em relação a tripulações femininas:

“Hoje, acho que sou muito respeitada pelas pessoas que me conhecem, mas ainda há preconceito no mundo da vela com relação a mulheres no comando e mesmo com relação a tripulantes femininas. É por esta razão que sempre tento dar preferência às mulheres que querem velejar comigo”, revela.

Mas não pense que Valéria comanda o Jazz só para competições. De dezembro a março, quando o calendário de regatas dá uma folga, ela leva a família para passeios:

“De março a dezembro, o Jazz fica na Ilhabela e corremos o campeonato da cidade e algumas vezes participamos também da regata Santos-Rio e do Circuito Rio, como aconteceu neste ano. De dezembro a março, eu costumo levar o Jazz para Paraty. Lá, gosto de fazer cruzeiros com minha família e amigos”, comenta.

Jazz conquista mais uma vitória

“Acabamos de participar da regata Santos-Rio, que aconteceu entre 28 e 30 de outubro. Lembro-me da primeira vez que participei do evento, em 2002. Fiz a regata com um grupo de amigos, nos divertimos muito e chegamos em sétimo lugar. Desde então participei de outras quatro edições da competição,  sem conseguir completar o percurso por conta de ventos muito fortes ou muito fracos e por falhas na estratégia do time.

Neste ano, devido ao entrosamento da equipe e nossos últimos resultados muito bons, eu e meu skiper, o Ralf Bruder, estávamos muito confiantes. A regata teve início na quinta-feira, 28 de outubro, e já nesta noite estávamos perto da Ilhabela. Foi uma noite dura, pois perto da Ilha não encontramos ventos fortes e nos deparamos com um dilema: passar pelo canal da Ilha ou ir por fora? Decidimos ir por fora da ilha e abrir o que fosse necessário para continuarmos em bom vento. A marinha faz chamadas de 12 em 12 horas, sempre às 8 horas e depois às 20 horas para acompanhar os barcos. No amanhecer de sexta-feira, 29 de outubro, não parecia que estávamos muito distantes dos outros competidores.

Continuamos abrindo do continente, sempre com bons ventos, mas um mar muito picado. Na segunda-feira, 1º de novembro, à noite não conseguimos ouvir onde estavam nossos concorrentes. As ondas estavam fortes e foi duro levar o barco. Fizemos turnos de duas horas, pois todos estávamos cansados e muito molhados. Fizemos então um bordo para entrar no Rio, estávamos a mais de 50 milhas para fora da costa. Com o sol, o ânimo de todos sempre melhora. Já na proximidade do Rio, quando começamos a chamar a marinha para avisar de nossa chegada pudemos perceber que estávamos muito melhor do que imaginávamos. Foi uma alegria. Ao entrarmos na Baia da Guanabara o vento parou e tivemos uma angústia em não saber como fazer para entrar, já que a maré ainda estava vazante. Foi quando entrou uma frente fria fortíssima, com ventos de 38 nós, que levou o Jazz para cruzar a linha de chegada. Cansados e muito felizes chegamos em terceiro lugar na Classe RGS A e depois conquistamos o Circuito Rio, em primeiríssimo lugar”.

Bruna Sales para Bombarco
Foto: Bombarco