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Velejadora de primeira viagem

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Velejadora de primeira viagem

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No primeiro final de semana de maio, o capitão Felipe Aidar recebeu mais uma turma para o curso de Introdução à Vela Oceânica, a bordo do veleiro Fram, em Ilhabela. O Bombarco esteve lá, representado por mim, Marília Passos, e, é claro, eu não voltaria sem as minhas impressões de velejadora de primeira viagem para compartilhar com vocês. Interessados em aprender a velejar?

1ª dia

O curso começou em terra, no escritório do Fram, comandado por Ana Patrícia Aidar, esposa de Felipe. Antes das 10h, horário marcado para iniciarmos nossas atividades, boa parte do grupo já estava reunido e trocando informações e expectativas sobre aula. Éramos oito ao todo: Joana e Hélcio, um casal de Santos que pratica pesca submarina e queria aprender mais sobre veleiros, pois estão amadurecendo a ideia de comprar um barco maior que seu querido Flexboat; os namorados Fábio e Olívia, um apaixonado por vela  desde pequeno e uma escritora fazendo pesquisa para, quem sabe?, um novo romance de aventura que se passa em alto mar; Romy, que atendia ao pedido do marido , que está planejando uma travessia África-Brasil e quer companhia na viagem; Luiz, um senhor que está aprendendo a velejar de Dingue na Represa Guarapiranga e quis testar a velejada num barco maior; Fernando, que se mudou recentemente para Ubatuba e está inspirado pela proximidade com o mar; e eu, a jornalista querendo aprender sobre veleiros e a arte de velejar. O grupo foi completado pelo imediato do Fram, Neto, que logo recebeu o apelido de Neymar, graças a uma impressionante semelhança com o jogador de futebol.

Com  todos devidamente apresentados e acomodados, o capitão Felipe iniciou a aula, explicando de maneira bastante didática como exatamente um veleiro navega. Uma viagem no tempo de volta às aulas de Física do colégio. Em seguida, fomos apresentados a uma série de palavras essenciais para a boa comunicação da tripulação quando estivéssemos a bordo, mas nada que nos sobrecarregasse: ângulos de navegação, nome de manobras e, é claro, o nome de parte e peças do barco. Dica importante: Veleiros tem cabos. Ai de quem falar que vai caçar uma corda!

Não demorou muito para subirmos a bordo do Fram, um Beneteau First 40.7. O vento estava fraco, então ligamos o motor e Felipe conduziu o veleiro para um ponto mais ao Norte do Canal de Ilhabela. O capitão distribui as funções e a minha primeira foi ajudar Neto a subir a vela mestra. Puxar o cabo exigiu um pouco de esforço físico, mas é mais uma questão de jeito que força, e usar o peso do corpo foi uma das dicas  do capitão que deixaram a tarefa muito mais fácil e executar. Infelizmente o vento não estava a favor... ou contra. Não tinha vento. Esperamos por algum tempo, aproveitando para aprender mais sobre as funções a bordo. Pouco depois da hora do almoço, nossa sorte mudou e os ventos começaram a soprar.

Finalmente estávamos velejando! Subimos a genoa, caçamos os cabos, conduzimos o leme, sempre mudando de função para cada um sentir o gostinho de cada tarefa a bordo. Como o vento demorou para aparecer, estendemos o horário da aula e aproveitamos para curtir o pôr-do-sol no mar. Desembarcamos na Praia do Pequeá pouco depois das 18h. Em terra, o cansaço bateu forte, especialmente porque o sol não deu trégua. Mas uma boa noite de sono garantiu a disposição para mais um dia no mar.

2º dia

No domingo, nos reunimos mais uma vez no escritório para mais uma aula teórica, onde revisamos o assunto da primeira aula. Depois, Felipe distribuiu pedaços de cabos entre os alunos e aprendemos a fazer alguns nós. Confesso que tive alguma dificuldade com o Lais de Guia, mas depois na 11ª tentativa, deu certo.

Em seguida, voltamos para o mar, dessa vez mais familiarizados com a dinâmica a bordo de um veleiro. O vento não estava muito forte, mas conseguimos velejar desde cedo. Testei o posto de timoneira por algum tempo e reconheço que talvez esse seja o de maior dificuldade e responsabilidade, especialmente se o barco estiver numa regata. A atenção à direção do vento deve ser constante para manter o barco em movimento e no curso certo.

Fizemos um percurso mais longo, indo para o Sul do canal e depois pata o Norte, testando as manobras de bordo, a favor do vento, e jibe, contra o vento. Um vento mais forte teria deixado o passeio mais emocionante, mas conseguimos aproveitar bem e definitivamente desembarcamos, por volta das 17h, com gostinho de quero mais. Fernando, por exemplo, deixou Ilhabela com um lugar garantido na tripulação do Fram Delta 32 para participar do Ubatuba Sailing Festival. E eu saí de lá ainda mais encantada pelo mundo náutico e pelos veleiros.

Tem uma história que gostaria de compartilhar com o Bombarco? Mande um e-mail para imprensa@bombarco.com.br.

Marília Passos para Bombarco
Fotos: Marília Passos, Felipe Aidar