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Produção nacional do segmento náutico ampliará geração de empregos

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Produção nacional do segmento náutico ampliará geração de empregos

Mercado 30/11/-0001
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Com reflexo do recente decreto do governo, que aumentou o imposto de importação para barcos a motor de 20% para 35%, a indústria de barcos de recreio deve movimentar a produção nacional e ampliar a geração de empregos.

Segundo Eduardo Colunna, presidente da Acobar (Associação Brasileira de Barcos e seus Implementos), o Brasil tem, hoje, cerca de 120 mil postos de trabalho no segmento náutico:

Com o aumento da produção nacional teremos, como consequência, o aumento das vagas de emprego. Também devemos considerar que para cada barco construído são gerados, em média, oito empregos (cinco diretos e três indiretos)”, disse Colunna.

A dificuldade das empresas do setor ainda está na contratação de mão de obra qualificada. De acordo com Colunna, a Acobar criou o Núcleo de Formação de Mão de Obra e já realizou dois cursos rápidos, um no Rio de Janeiro e outro em Santa Catarina. “A partir do próximo ano, teremos um calendário de eventos para esse fim. O engenheiro Jorge Nasseh é o coordenador do Núcleo”, afirma o presidente da associação.

A Ferrettigroup Brasil, que produz barcos de luxo de 10 a 80 metros, por exemplo, inaugurou recentemente um novo estaleiro na cidade de Vargem Grande Paulista (São Paulo). O estaleiro tem capacidade de fabricação de até 120 barcos por ano e emprega cerca de 600 funcionários – número que pode chegar a mil em 2012.

Para dar conta da produção que se inicia a Ferrettigroup Brasil criou um curso técnico para formação de marceneiros. Em parceria com o SENAI e a Prefeitura de Vargem Grande Paulista, o projeto é direcionado ao público de 18 a 45 anos de ambos os sexos e de diferentes comunidades do município de Vargem Grande Paulista e tem como objetivo capacitar e desenvolver mão de obra especializada.

Já o estaleiro catarinense, Schaefer Yachts, firmou parceria com o Projeto Pescar para oferecer iniciação profissional na indústria náutica aos jovens entre 17 e 19 anos, da região de Biguaçu.

A iniciativa promove desenvolvimento pessoal de cidadania e conhecimento técnico nas áreas da indústria, imagem pessoal, turismo, informática, gestão, comércio, comunicação, agropecuária e construção civil.

De acordo com Letícia Polli dos Anjos, gerente de Recursos Humanos da Schaefer, a empresa tem aproximadamente 700 postos de trabalho e uma média de 45 vagas de emprego abertas por mês:

Para a maioria das vagas selecionamos profissionais sem experiência ou qualificação na área e os treinamos internamente”, explica Letícia.

As oportunidades mais comuns na indústria náutica são para auxiliares de produção, ou seja, pessoas dispostas a trabalhar com fibra de vidro. As vagas que se destacam são de auxiliar de laminação, acabamento e rebarba. A remuneração é composta por salário base, conforme piso da categoria, insalubridade em alguns setores e remuneração por produtividade.

Outro estaleiro que prevê grande crescimento na produção e novas contratações é o italiano Azimut-Benetti, que iniciou as operações no Brasil em 2010 em uma sede provisória na cidade de Itajaí (SC). Em termos de geração de empregos, a fábrica iniciou em agosto de 2010 com cerca de 20 funcionários e hoje conta com mais de 250 pessoas além de outras 100 vagas disponíveis na área de produção para contratação imediata.

Este ano produziremos 50% a mais do que o planejado e no ano que vem produziremos 100% a mais”, conta o CEO da Azimut no Brasil Luca Morando.

A previsão é transferir as atividades da atual estrutura para a nova fábrica já no início de 2012 e, ao longo dos próximos quatro anos, serão implantados os novos serviços através de negociações que já estão sendo realizadas com fornecedores ligados ao setor, especialmente italianos.

Com a fábrica instalada no pólo náutico em pleno funcionamento, a previsão é gerar cerca de 1000 empregos diretos e produzir 100 novos iates por ano.

Vanessa Xavier para Bombarco
Foto: Bombarco