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Descarbonizar motor ou manutenção preventiva?
Imagine-se com sua família em uma embarcação em alto mar e, de repente, o motor para. O que fazer? Leia as dicas que preparamos para você cuidar bem do motor de sua embarcação e não passar apuros!
Todo motor, automotivo ou náutico, sofre carbonização, que é o excesso de depósitos de carvão gerado pela queima de combustíveis.
Após a explosão o combustível gera gás carbônico, monóxido de carbono e fuligem que se depositam nas paredes do pistão, junto ao cabeçote, no próprio cabeçote e nas válvulas de descargas e admissão. Ou seja, a carbonização é um processo natural e parte integrante do motor. No entanto, no motor de popa (2 tempos) esse fenômeno acontece mais rapidamente do que nos motores 4 tempos, por exemplo.
Portanto, realizar as trocas de óleo no tempo certo, utilizar combustível de boa qualidade ou aditivado (já que os pacotes de aditivos mantém o motor limpo por mais tempo), são medidas de segurança e de preocupação com o meio ambiente, porque um motor mal cuidado polui imensamente.
O recomendado é que a manutenção preventiva seja feita de acordo com o manual do fabricante. A Yamaha Náutica, por exemplo, aconselha a troca de óleo com 20 horas de uso e depois de 100 em 100 horas, ou a cada seis meses, o que ocorrer primeiro.
Segundo Marcelo Franco, instrutor técnico da Yamaha Náutica, o óleo também limpa o motor:
“Existe pacote de aditivos para o óleo assim como há para o combustível. São agentes detergentes que contribuem com a limpeza do motor”, explica Franco.
Se ocorrer a carbonização excessiva é sinal de que a manutenção preventiva não foi realizada corretamente ou que a embarcação teve condição irregular de uso. Segundo Eslei Girolla, gerente da área náutica da Yamaha, o dono de qualquer tipo de embarcação precisa ter em mente que manutenção é segurança e proteção ambiental: “No mar, lago ou rio não há acostamento, táxi e o socorro não é fácil. Além disso, um motor desregulado ou carbonizado excessivamente polui o meio ambiente”, diz Girolla.
Segundo Rodrigo Fain, sócio da XBoat, oficina especializada em manutenção corretiva e preventiva, a carbonização do motor de popa acontece rapidamente devido à presença de óleo 2 tempos que circula como vapor viscoso, misturado ao combustível e, também, devido a queima do próprio combustível: “Essa mistura vai aderindo aos lugares onde tem contato, incluindo as paredes da câmara de combustão, cabeça dos pistões, janela de escape e escapamento”, explica Fain.
Ainda de acordo com Fain, da XBoat, os principais sintomas são:
1. Aumento da compressão interna;
2. Pré-ignição, alterando o ponto do motor (batida de pino);
3. Perda de rendimento;
4. Pode provocar super aquecimento, pois o carvão depositado incandescente pode provocar pré-ignição e em alguns casos conseqüências mais graves;
5. Aumento do consumo;
6. Aumento do nível de emissão de CO2 (maior poluição)
Se você comprou uma embarcação que apresenta carbonização excessiva faça você mesmo a limpeza seguindo os passos abaixo e depois utilize combustível e óleo de boa qualidade, realizando as trocas no tempo correto e demais itens da manutenção preventiva.
Ligue o motor até a temperatura normal de funcionamento em seguida desligue e siga os passos abaixo:
• Retire as velas de ignição.
• Aplique um produto descarbonizante de qualidade na câmara de combustão, altere os cilindros manualmente, abaixando um pistão e subindo outro. Fazendo a mesma aplicação.
• Deixe que o produto reaja cerca de 4 horas.
• Após este tempo aplique gasolina nos pistões alternando a aplicação virando o motor manualmente. Repita o processo até que a gasolina saia limpa.
• Em alguns casos este processo não funciona, devido ao excesso já aderente às partes metálicas. Nesse caso uma manutenção mais complexa pode ser necessária.
Vanessa Xavier para Bombarco