Um estudo feito com base em um monitoramento realizado ao longo de 21 anos foi publicado nesta semana no "Journal of Applied Ecology", da Sociedade Ecológica Britânica, e revelou que um santuário marinho criado na costa de Christchurch melhorou significativamente a sobrevivência de golfinhos-de-Hector (Cephalorhynchus hectori), um cetáceo considerado como um dos mais raros do mundo.
Essa é a primeira vez que ecologistas da Nova Zelândia apontam que áreas de proteção marinha criadas para defender mamíferos aquáticos ameaçados de extinção realmente funcionam.
O santuário foi criado em 1988 e cobre 1.170 km² de mar ao largo do sul da Ilha da Nova Zelândia. O objetivo era evitar que os golfinhos que habitavam a área fossem mortos ao se enroscarem nas redes de pesca.
O levantamento com os animais teve início em 1986 e seguiu até 2006. Nesse período os pesquisadores fizeram fotos de identificação de 462 golfinhos-de-Hector e passaram a estudar suas formas de sobrevivência. Segundo Liz Slooten, da Universidade de Otago, era possível identificar os cetáceos a partir de cicatrizes de batalha – que vão desde pequenos cortes fora da nadadeira dorsal até grandes cicatrizes feitas por ataques de tubarão.
Os resultados deste levantamento mostraram que a sobrevivência do golfinho aumentou em 5,4% na área de proteção. Ainda de acordo com Liz, o estudo fornece a primeira evidência de que as áreas marinhas protegidas são eficazes na proteção de espécies ameaçadas.
Redação: Bombarco
Fonte: Portal de Notícias G1
Foto: Divulgação/Steve Dawson
