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Guardião do Mar: Diretor da Sea Shepherd Brasil fala sobre ação contra caça predatória

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Guardião do Mar: Diretor da Sea Shepherd Brasil fala sobre ação contra caça predatória

Casos e Contos 30/11/-0001
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Há dois anos, Wendell Estol assumiu o cargo de diretor geral do Instituto Sea Shepherd Brasil (ISSB), o único escritório da Sea Shepeherd no mundo a ter autonomia da matriz internacional, mas o biólogo está envolvido com a organização desde instalação oficial no Brasil, em 1999. Estol começou como voluntário da instituição, que luta pela preservação da vida marinha, quando ainda era estudante e revela que uma das ações mais marcantes e emocionantes em todo o seu tempo como “guardião do mar” foi a primeira grande ação do ISSB: a Campanha X.

No final dos anos 2000, o ISSB realizou uma operação com o objetivo de identificar e marcar as embarcações que praticavam pesca ilegal no litoral do Rio Grande do sul e de São Paulo. “Usamos helicópteros para localizar as embarcações que estavam fazendo a pesca ilegal e depois íamos de barco até o local para marcá-las com tinta vermelha. Foi uma ação direta e que teve bastante repercussão”, conta Estol. “Era a primeira vez que alguém interferia na pesca ilegal”, completa.

Mais de 30 voluntários participaram da ação, comandado por Alexandre Castro, então diretor geral do ISSB, divididos em equipes aérea, terrestre e aquática. A grande conquista da Sea Shepherd com a Campanha X foi a primeira ação civil pública contra uma empresa flagrada praticando pesca predatória no litoral brasileiro.

Além de denunciar a pesca ilegal, Estol afirma que ação também serviu para constranger as entidades que deveriam fazer a fiscalização, mas alegavam não ter fundos para executá-la. “Nós, com poucos recursos e ajuda de barcos pesqueiros e veleiros, mostramos que é possível”, conta orgulhoso.

O biólogo explica que a ajuda dos velejadores e pescadores, pessoas que estão sempre no mar, sempre foi essencial para o trabalho do Sea Shepherd de denunciar crimes e ações que ameaçam a vida marinha no Brasil. Wendell completa que o envolvimento dos donos de embarcações já foi maior e que agora o apoio maior que a instituição recebe é dos mergulhadores.

Novas ações

Wendell explica que atualmente a principal ação do Instituto Sea Shepherd Brasil é contra a pesca de tubarões, especialmente o finning, prática onde os pescadores pegam os tubarões e cortam suas nadadeiras, devolvendo o animal ao mar sem capacidade de nadar. Em janeiro de 2013, a Sea Shepherd instalou, no centro de Porto Alegre, um container com barbatanas de tubarão apreendidas para chamar a atenção das pessoas para a causa. “Sessenta e sete por cento das espécies brasileiras de tubarão estão ameaçadas”, alerta o biólogo.

O diretor do ISSB também garante que a organização também volta a dar mais destaque à proteção dos cetáceos, baleias e golfinhos, porque apesar da conscientização de importância da proteção desses animais, “não está tudo bem” e que falta fiscalização especialmente nas práticas de whale watching (observação de baleias). Colisões com embarcações são as causas não naturais mais comuns de trauma e morte em baleias.

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Fotos: facebook.com/seashepherd.brasi.oficiall