Nos dias 1 e 2 de março, será realizada o Clean Up Dive, em Ilha Queimada Grande, litoral sul de São Paulo. O mergulho de limpeza do mar faz parte do Projeto Petrechos de Pesca Perdidos no Mar, do Instituto de Pesca de Santos e acontecerá pela primeira na ilha, que fica a 35 km da costa.
A campanha consiste na localização e retirada de petrechos de pesca abandonados, perdidos ou descartados (PP-ADP), gerados pelas atividades pesqueiras industriais, artesanais ou esportivas, que se dão no mar.
Entre os problemas causados por esses petrechos abandonados encontram-se risco de acidentes à navegação, poluição das praias, incrustação de espécies exóticas e o principal deles, a pesca negativa e fantasma. Nesta, petrechos como fragmentos de redes, cabos, anzóis, chumbadas e armadilhas, continuam a operar, capturando espécies que, enredadas, acabam morrendo, em um processo cíclico e contínuo de impactos ambientais e econômicos.
O Clean Up Dive torna possível identificar a origem desses petrechos, quantificá-los, avaliar o impacto dos mesmos e buscar soluções conjuntas com os gestores ambientais. Em paralelo às operações de retirada dos petrechos são realizadas varreduras com sonar, de forma a auxiliar na localização e facilitar o trabalho dos mergulhadores.
Através deste projeto já foram removidos mais de uma tonelada de petrechos, particularmente dentro de Unidades de Conservação de proteção integral, onde a pesca é proibida.
Ilha Queimada Grande
A ilha possui uma área emersa de aproximadamente 78ha, está inserida na Unidade de Conservação Federal ARIE Ilhas Queimada Pequena e Queimada Grande/ICMBio-SP, é de uso sustentável, e foi criada pelo Decreto nº 91.887 de 05/11/1985, sob a gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio.
No local há espécies endêmicas, categorizadas como criticamente em perigo de extinção, como a jararaca-ilhôa (Bothropsinsularis), a dormideira-da-Ilha-da-Queimada-Grande (Dipsasalbifrons), arecém descrita Scinaxpeixotoi e mais de trinta espécies de aves - a mais abundante é a corruíra (Troglodytesmusculos). Pelo menos três anfíbios endêmicos e três lagartos, duas cobras-cegas e setenta espécies de aranhas estão catalogados, dentre outras.
Programação
1º de março
19h – reunião preparatória, na Associação Comercial de Itanhaém.
2 de março
6h – Concentração
7h – Saída ao mar, na Marina Maitá
Também acontecerão no sábado (2), observação de aves e mamíferos marinhos, fotografia com Coletivo de Fotógrafos de Itanhaém e iniciação ao Mergulho Livre com Camila Garcia Gomes e Lúcia Guaraldo.
Para participar
As campanhas Clean Up Dive orientam os interessados no sentido da prática de recolhimento de petrechos só vir a ser realizada por mergulhadores treinados para tanto, devido ao risco de acidentes. Neste sentido, qualquer pessoa, desejando ajudar, pode participar informando sobre localização e tipo de petrecho avistado durante mergulho, via www.bluelinesystem.blogspot.com.
Quem estiver interessado pode fazer a pré-inscrição aqui.
O evento está sendo organizado pelas Unidades de Conservação Federais ARIE Ilhas QPQG e ESEC dos Tupiniquins / ICMBio-SP, Instituto de Pesca de Santos, Fundação Florestal de São Paulo: Núcleo Curucutu do Parque Estadual Serra do Mar e Parque Estadual Marinho Laje de Santos. Contamos também com o apoio do Instituto Ernesto Zwarg (IEZ), Instituto de Biociências, Projeto trilha subaquática, COFIT, Ecosteiros, Prefeitura Municipal de Itanhaém, Associação Comercial de Itanhaém (ACAI), Marina Maitá, Corpo de Bombeiros de Itanhaém e Guarujá, Polícia Militar Ambiental de Itanhaém, Ecosurfi, AMA Ecoturismo, Instituto Dacnis, NUTECMAR, Nautico Clube e da ONG Vivamar.
Para mais informações entre em contato com Adriana Melo Magalhães, analista ambiental do ICMBio/SP pelos telefones (13) 8125-0600, 13) 3427-6832, (13) 3427-2924, ou pelo e-mail adriana.magalhaes@icmbio.gov.br.
Redação Bombarco
Fonte: ICMBio/SP
Foto: Prefeitura Municipal de Itanhaém
