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Rolex Ilhabela Sailing Week: Conheça os vencedores da 40ª edição

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Rolex Ilhabela Sailing Week: Conheça os vencedores da 40ª edição

Mercado 30/11/-0001
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Entre os dias 6 e 13 de julho, o Yacht Club de Ilhabela recebeu a 40ª Rolex Ilhabela Sailing Week, principal evento de vela oceânica da América Latina, do qual participaram 135 veleiros.  “A Semana de Vela foi um grande sucesso, especialmente com as classes convidadas crescendo, caso da C30, da HPE e também da Star, que nós convidados excepcionalmente para que o COI reveja a intenção de manter a nossa classe Star, a maior classe em termos de medalha olímpica para o Brasil, na Olimpíada do Rio 2016. Então estamos muito felizes. Tivemos 14 medalhas olímpicas na vela, 135 barcos, um envolvimento de um grande número de pessoas, convidados. Foi uma festa muito bonita”, comentou o Comodoro do Yacht LCub de Ilahbela, Marco Antonio Fanucchi. “O evento é um patrimônio do clube, é um patrimônio da cidade. Graças ao evento a cidade recebeu o título nacional de Capital Nacional da Vela. Eu tenho certeza eu nós vamos chegar tranquilamente à 100ª Semana de Vela,” completou Fanucchi.

De forma geral, os velejadores puderam contar com boas condições de clima e vento, este tendo alguns momentos extremos, como na terça-feira, 9, segundo dia de regatas, quando os ventos chegaram a 25 nós de velocidade. Alguns barcos sofreram avarias nesse dia e tiveram que deixar a competição, um deles foi o Magia V, de Torben Grael, que disputava na classe S40. Outros barcos superaram as adversidades da natureza, que quase forçaram o cancelamento das últimas regatas por causa do vento fraco, e se destacaram, como o Loyal, na C30, o Kiron III, na ORC e o Quiricomba, na RGS A, além do Ginga, na HPE 25, e do Crioula, no S40, que conquistaram o título com um dia de antecedência.

O futuro brilhante da C30

O veleiro Loyal venceu pela segunda vez Rolex Ilhabela Sailing Week pela classe C30, mas a maior felicidade do comandante Marcelo Massa é ver o crescimento da classe na competição. Em seu segundo ano como classe convidada, a C30 teve nove barcos na raia. “O campeonato sendo disputado até a última regata só mostra a força da classe, mostra que a classe é muito competitiva, que todos que estão aí são muito competitivos, todos entram na água para brigar pelas vitórias,” comentou Massa depois da última regata que assegurou o título a sua tripulação.

O Loyal venceu com apenas 11 pontos perdidos contra 18 do Katana e 26 do Caballo Loco, este apontado por Massa como  grande promessa da classe. “Sem dúvida alguma, a tripulação que mais se destacou, até porque eles estão também num trabalho recente, é a do Caballo Loco. Hoje terminaram a competição em terceiro, na frente de tripulações mais experientes”, elogiou o capitão do Loyal.

Sobre a expectativa de ver a C30 dominando as raias da Semana de vela, Massa mantém o pé no chão e confessa que acha difícil que a classe se torne a mais numerosa, quando temos a HPE e ORC, com tantos barcos na água, mas prevê um belo futuro para s barcos desenvolvidos por Horácio Carabelli. “Vejo a C30, em dois ou três anos, com 20 barcos na água,” afirma.

RGS A

Na RGS A, os meninos da Escola Naval a bordo do Quiricomba conquistaram o título numa apertada disputa com o Jazz, de Valéria Ravani. Os barcos entraram na água no sábado, com apenas um ponto de diferença e o Quiricomba levou a melhor conquistando dois primeiros lugares, contra um terceiro e um segundo do Jazz. O Fram, de Felipe Aidar, completou o pódio, como 29 pontos perdidos.

Kiron conquista título na ORC e se forma na escola de vela

Na classe ORC, órfã do Touché que se aposentou das competições brasileiras em 2012, o grande vencedor foi o Kiron III, de Leonardo Guilhermo, que ficou o título da ORC geral e da ORC 650. “A Rolex Ilhabela Sailing Week é melhor semana do ano e tem sido nos últimos sete anos,” comentou Guilhermo após a vitória.

Sobre a vitória inédita, Guilhermo falou sobre o entrosamento da tripulação: “O triunfo é resultado de um processo de perseverança, de determinação e, principalmente, o segredo de vencer está na amizade que a gente conseguiu construir entre todos os tripulantes ao longo de todos esses anos. A gente tem observado que o mais importante fator para vencer é o companheirismo, a amizade, estar sempre junto dentro e fora da raia. Isso cria um clima de harmonia que é difícil de observar em outros ambientes, outras situações”.

Matheus Dellagnelo, que faz campanha olímpica pela classe Laser, foi o tático e timoneiro do barco e achou que o melhor dia da Semana de Vela para o Kiron III foi a terça-feira, com seus ventos fortes. “Se fosse a semana inteira assim, teria sido mais tranquilo ainda. Quando abaixo o vento, a dificuldade aumentou um pouco, Os barcos grandes atrapalham muito nossa velejada,” comentou o velejador sobre a vitória do Skipper de 30 pés contra os veleiros maiores.

Guilhermo fez, ainda, uma comparação entre a trajetória do Kiron na Rolex Ilhabela Sailing Week com a faculdade Medicina, na qual é formado, afirmando que, se demorou seis anos para se formar médico, demorou sete anos para graduar na Faculdade Vela. Estamos conquistando o diploma de formando hoje. “Eu estava conversando com meus tripulantes e dizendo que a alegria que eu sentia, a sensação se plenitude se equiparava ao momento em que eu recebi meu diploma de médico na formatura,” disse o comandante.

Para completar, o velejador fez uma analogia da Semana de Vela com a vida: “A primeira regata durou 17 horas para nós. Teve momentos em que um contava ‘A 0,8 nós de vento, que horas vamos chegar?’ e eu ‘Calma! Você tem que ter paciência.’, então primeiro aprendizado da semana foi a paciência, a perseverança. Depois, na terça-feira, naquelas ondas e naquele vento, foi a coragem. E depois, quando estávamos entre os três primeiros, veio outro aprendizado: ter a sabedoria de saber manter os resultados. Ter perseverança, ter resistência, mas, ao mesmo tempo, ter moderação, ponderação. Não arriscar a mais para não perder o resultado. Eu diria que a vela é uma escola de vida e essa semana provou isso”.

Antecipados

Enquanto alguns tiveram que competir até a última regata para garantir o título, três classes tiveram seus campeões confirmados na sexta-feira, 12 de julho: a S40, HPE 25 e a Star.

Robert Scheidt e Bruno Prada se recuperam de um primeiro dia fraco e mostraram a força da dupla medalhista vencendo com folga. Mesmo sem disputar as duas últimas regatas, a dupla venceu com 15 pontos de vantagem, deixando Marcelo Fuchs e Ronald Seifert em segundo lugar, com 23 pontos perdidos, e Lars Grael e Samuel Gonçalves, em terceiro, com 26 pontos perdidos.

A presença da Star na Rolex Ilhabelsa Sailing Week foi mais uma ação da classe para tentar reverter a decisão do COI de deixar a categoria fora dos Jogos do Rio de 2016. A presença da classe de monotipo na disputa de vela oceânica também foi ressaltada por Carlos Eduardo Souza e Silva, Diretor de Vela do YCI. “Acho extremamente importante estarmos próximos dos velejadores de monotipo de primeira linha, particularmente porque é aí que tem o desenvolvimento técnico da vela, que a gente transfere para a vela oceânica. Grande parte dos velejadores de oceano veio das classes de monotipo,” comentou o velejador que disputou com Orson na classe ORC. E completaque é interessante que os velejadores olímpicos que estão na represa venham velejar no mar, já que as disputas dos Jogos do Rio de 2016 serão no mar.

Na classe S40 o título ficou com o Crioula, comandado por Eduardo Plass, que foi para a raia e confirmou sua oitava vitória na competição, à frente do vice-campeão Carioca, de Roberto Martins.

O Ginga, mesmo com a vitória garantida na HPE 25, também disputou e venceu a última regata, encerrando com chave de ouro participação na competição.

Presença feminina

Outro destaque na HPE 25 foi a tripulação do Alfa Instrumentos, formada apenas por mulheres. A equipe terminou em 11º, na flotilha que tinha 25 veleiros, e extremamente feliz com o resultado. “Foi uma Semana de Vela incrível, porque as condições de vento e clima foram maravilhosas. Claro que a gente sempre espera ir bem, mas a gente não esperava ir tão bem. Não teve nenhum erro dentro do barco, não teve nenhuma manobra errada,” comemorou a comandante e idealizadora da equipe feminina Renata Bellotti.

A tripulante Tatiana Ribeiro também comemorou o resultado da equipe do Alfa, que representa a quebra do tabu da presença de mulheres na raia. “Infelizmente, a gente não tem tanta presença feminina, porque não são todos que aceitam mulher na raia ou mulher no barco. A gente está justamente na fase que está quebrando tabus e mostrando que a gente não é só capaz como pode ser melhor do que eles [velejadores homens]. Tem que ter mulher na raia, um barco 100% feminino, uma ou outra mulher a bordo. O sexo não tem nada a ver! O importante é ter garra. É ter vontade de ganhar e treinar,” afirmou.

As velejadores pretendem manter a equipe e continuar competindo, aumentando a presença feminina nas raias. “Como todos os meninos, vamos lá, treinando sempre. A gente que começar a treinar sempre, com frequência também e começar a disputar os primeiros lugares junto com eles”, completou Ribeiro.

 

Resultados finais

S40 após 9 regatas e 1 descarte
1º - Crioula (Eduardo Plass) - 8pp (1+1+[2]+1+1+1+1+1+1)
2º - Carioca (Roberto Martins) - 15pp (2+[3]+1+2+2+2+2+2+2)
3º - Vesper 4 (João Marcos Mendes) - 27pp (4+5+4+3+3+[4]+3+3+3)

C30 após 9 regatas e 1 descarte
1º - Loyal (Marcelo Massa) - 11pp (1+1+1+1+1+1+3+[3]+2)
2º - Katana/Energia (Fabio Filippon) - 18pp (3+3+[7]+4+2+3+1+1+1)
3º - Caballo Loco (Mauro Dottori) - 26pp ([6]+2+3+3+3+4+5+2+4)

Star - após 10 regatas e 1 descarte
1º - Robert Scheidt/Bruno Prada - 8pp (5+1+1+1+1+1+1+1+1+[12])
2º - Marcelo Fuchs/Ronald Seifert - 23pp (4+3+2+4+2+2+3+[5]+2+1)
3º - Lars Grael/Samuel Gonçalves - 26pp ([7]2+3+3+4+3+2+4+3+2)

HPE - após 10 regatas e 1 descarte
1º - Ginga (José Vicente Monteiro) - 15 pp ([4]+1+1+3+3+3+1+1+1+1)
2º - FIt To Fly (Eduardo Mangabeira) - 33pp (2+[8]+5+7+5+1+5+2+3+3)
3º - Bond Girl Jimny (Carlos Wanderley) - 47pp (13+2+2+5+6+7+3+4+5+[26])

ORC Geral - após 9 regatas e 1 descarte
1º - Kiron (Leonardo Guilhermo) - 12pp (1+1+1+2+2+[2]+1+2+2)
2º - Angela VI (Peter Dirk) - 21pp ([29]+2+3+1+9+1+3+1+1)
3º - Asbar 4 (Marcelo Pereira) - 49,5pp (2+[15]+13+8+7+4+4+4,5+7)

ORC 500 - após 9 regatas e 1 descarte
1º - Angela VI (Peter Dirk) - 9pp ([12]+1+1+1+2+1+1+1+1)
2º - Catuana Kim (Paulo Cocchi) - 29pp ([12]+3+2+3+5+3+2+6+5)
3º - Miragem (Paulo Roberto) - 32pp (4+4+4+4+6+[12]+4+2+4)

ORC 600 - após 9 regatas e 1 descarte
1º - Absoluto (Renato Gama) - 26pp ([11]+2+2+5+2+3+4+1+7)
2º - Asbar 4 (Marcelo Pereira) - 26,5 (1+7+[8]+4+5+2+2+2,5+3)
3º - Ruda (Guilherme Hernandez) - 28pp ([9]+1+1+6+4+4+6+5+1)

ORC 650 - após 9 regatas e 1 descarte
1º - Kiron (Leonardo Guilhermo) - 8pp (1+[1]+1+1+1+1+1+1)
2º - Maestrale (Adalberto Casaes) - 18pp (2+2+2+[3]+3+2+3+2+2)
3º - Samurai Ni (Ian Muniz) - 23pp (4+3+4+2+2+3+2+[4])

ORC 700 - após 9 regatas e 1 descarte
1º - Rocket Power (Luiz Augusto Lopes) - 11pp ([5]+2+1+2+1+2+1+1+1)
2º - Prozak (Marcio Finamore) - 18pp (2+1+2+3+2+1+3+[5]+4)
3º - Colin (Sebastian Menendez) - 23pp (1+5+[5]+4+3+4+2+2+2)

IRC - após 9 regatas e 1 descarte
1º - Ruda (Guilherme Hernandez) - 21,5pp ([7]+1,5+1+4+2+1+7+6+1)
2º - Angela Star (Peter Siemsen) - 21,5pp ([20]+1,5+2+1+8+3+4+1+2)
3º - Tangaroa (James Bellini) - 25pp (1+4+[7]+3+1+5+2+5+5)

RGS A - após 9 regatas e 1 descarte
1º - Quiricomba (Escola Naval) - 12pp (2+[6]+2+1+1+2+2+1+1)
2º - Jazz (Valeria Ravani) - 16pp (3+2+[4]+2+2+1+1+3+2)
3º - Fram (Felipe Aidar) - 29pp (6+[7]+1+5+4+5+3+2+3)

RGS B - após 9 regatas e 1 descarte
1º - Mandinga (Jonas Penteado) - 13pp (1+1+2+1+1+3+18+[18]+3)
2º - Revanche (Celso de Faria) - 27pp (3+2+3+6+3+2+[7]+6+2)
3º - Albatroz (Gremio de Vela Escola Naval) - 28pp ([8]+5+6+4+4+1+1+1+5)

RGS C - após 9 regatas e 1 descarte
1º - Rainha/Empresta Capital (Leonardo Pacheco) - 10pp (2+1+2+1+1+1+1+[9]+1)
2º - Santeria (Mauricio Martins) - 21pp ([15]+12+4+2+1+2+2)
3º - Azulao (Marcello Polonio) - 25pp (1+3+3+[4]+3+4+4+3+4)

RGS Cruiser - após 9 regatas e 1 descarte
1º - Jambock (Marco Aleixo) - 10pp ([10]+1+1+1+1+1+1+2+2)
2º - Cocoon (Luiz Caggiano) - 21pp ([10]+2+2+3+4+5+3+1+1)
3º - Boccaluppo (Claudio Melaragno) - 27pp (2+[10]+4+2+2+2+2+10+3)

Marília Passos
Foto: Rolex/Carlos Borlenghi