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01/01/1970

Sailfish ameaçado

Uma das grandes ameaças dos mares para os Sailfishes (também conhecido como Agulhão-bandeira ou Agulhão-vela, uma das espécies de bico mais cobiçadas em todo o mundo), peixe muitas vezes vendido como atum para abastecer o mercado mundial de sashimi, é o espinhel.

A pesca de espinhel é uma técnica considerada violenta e devastadora. Se utiliza de artefato, tanto de superfície como de fundo, formado por uma linha grossa e comprida chamada longline com várias linhas curtas presas a ela, cada uma com um anzol e uma isca.
Os principais portos que concentram uma das modalidades de espinhel são os das regiões Sul, Sudeste – Santos  (SP), Itajaí (SC) e Rio Grande (RS) além do Nordeste – Recife (PE), Cabedelo (PB) e Natal (RN).

O Sailfish também sofre com a perseguição das traineiras, barcos pequenos com cerca de 20 toneladas e autonomia de 15 dias no mar. No entanto, a maior parte dessas embarcações não têm licença emitida pelo Ibama para pesca com Sardinhas vivas, nem poderiam navegar por essas águas devido a restrições de classificação junto à Capitania dos Portos, o que compromete, inclusive, a segurança dos tripulantes, já que não recebem o alerta Aviso aos Navegantes.

A movimentação dos peixes para multiplicar a espécie tem sido infrutífera, em função da exploração excessiva. De acordo com estatísticas do governo brasileiro, está constatada a redução de 80% em muitas dessas espécies. E, o espinhel é um forte responsável. Em pouco tempo essa pesca já aniquilou parte significativa dos peixes de bico em mares da região Sudeste brasileira.

Como consequencia dessa irregularidade, além da degradação ambiental, o fim da pesca esportiva dessa espécie pode estar anunciado. O turismo esportivo gera emprego e renda aos marinheiros, estaleiros, hotéis, fabricantes de material para esse segmento.

Conclusão: o Brasil perde em diversos aspectos, seja no deslocamento de recursos para outros países, seja na extinção de espécies importantes para a manutenção dos mares.

Assim, surgem as perguntas: quantos pescadores esportivos terão de migrar para o turismo de pesca esportiva estrangeiro até as autoridades programarem medidas de combate a essa matança indiscriminada? O que farão os pescadores comerciais quando o iminente desaparecimento dessas espécies secar a sua fonte de sobrevivência?

No Brasil pescadores e intituições estão fazendo movimento no sentido de encontrar soluções para essa questão. A Vivamar, uma ONG -Organização Não Governamental que atua no meio ambiente marinho, colabora promovendo campanhas, projetos e atividades que ajudam na proteção do nosso mar, ao mesmo tempo em que estimula uma sadia cultura náutica.


Redação Bombarco
Fonte: Revista Pescaventura e Vivamar

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