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Sucesso de Ato 8 pode garantir vaga permanente para Florianópolis no Extreme Sailing Series
As dificuldades de se organizar a etapa brasileira em cima da hora foram enfrentadas e superadas pela promotora nacional da Extreme Sailing Series, a Mais Brasil Esportes, que só consolidou o compromisso com a organizadora mundial, a OC Sport, no mês de julho, durante a etapa do Porto, em Portugal. As oportunidades observadas ao visitar a primeira experiência brasileira com os Extreme 40, no Rio de Janeiro, em 2012, levaram Carlos Col a aceitar o desafio.
"Percebi que o formato do evento proporcionava uma excelente chance de fomento ao esporte e ao mesmo tempo uma possibilidade diferenciada de entretenimento diante do conceito de arena náutica. Fiquei impressionado com a competição de regatas curtas, próximas à costa e com um narrador explicando tudo ao público. Desde o final de 2012 passei a analisar essas duas situações com bons olhos", revelou Col sobre o início do projeto.
O desejo de desenvolver outros mercados levou Carlos Col a buscar uma nova sede e Florianópolis, onde o governo e a prefeitura se comprometeram em acolher o evento, foi a escolhida. "Demos um presente para a cidade, que foi desembrulhado com muito carinho. O retorno é altamente positivo, por vários aspectos que eu mesmo pude constatar nos últimos dias no próprio Race Village," afirmou. Na abertura do evento, na quinta-feira, o prefeito César Souza Jr. foi enfático: "Se depender da minha vontade, a etapa brasileira não sairá mais daqui".
O Race Village recebeu em quatro dias, cerca de 50 mil espectadores, atraídos pela primeira chance de acompanhar uma regata a poucos metros da principal avenida da capital. O público total das sete etapas foi de 325 mil pessoas.
Calendário 2014 está sendo montado
A inclusão do Brasil no calendário oficial de 2014 está sendo analisada pela OC Sport e pela Mais Brasil Esportes. A intenção é de, não apenas manter o País no roteiro dos Extreme 40, mas garantir o evento nos próximos anos. "O Brasil está inserido no conceito do evento e se confirmarmos a etapa brasileira em 2014, creio que por uma questão de coerência e justiça será organizada novamente em Florianópolis", projetou Col. A logística de deslocamento entre duas cidades exige um intervalo de pelo menos 40 dias, de uma etapa para outra, tornando a tarefa de montar o calendário um grande desafio.
"Existe também a intenção de se formar uma equipe brasileira para correr a temporada completa. É a melhor forma de adquirirmos no Brasil o apelo e a credibilidade que o evento merece. A torcida vai se acostumar com a tripulação e vai querer estar ao lado de seus ídolos na etapa nacional. O desafio é viabilizarmos um milhão de euros (R$ 3,1 milhões), valor estimado para a campanha anual", idealizou Col, certo de que o projeto está no rumo adequado. "Estou gratificado pelo retorno e seguro da contribuição ao esporte brasileiro neste novo segmento," completou.
O diretor comercial da Extreme Sailing Series, François Vergnol, também aprovou a passagem dos barcos voadores pelo Brasil e surpreendeu-se com a receptividade em Florianópolis. "A etapa se desenvolveu conforme planejado. Saiu tudo certo. O conceito de arena é impactante. É um orgulho constatar que a America’s Cup adotou modelo parecido nas regatas deste ano em São Francisco (EUA) e saber que o formato está sendo estudado para as competições da vela nos Jogos Olímpicos", disse Vergnol.
Esforço brasileiro
O Team Brazil Mapfre retornou à raia para as regatas finais, após reparos que o impediram de competir no sábado. Durante toda a semana, os velejadores brasileiros esforçaram-se ao máximo para pegar a mão do veloz e indócil Extreme 40. O contato direto com os fãs no Race Village ajudou a promover a vela, mas conforme se previa, não seria possível estabelecer uma comparação de desempenho, diante da experiência das outras sete equipes.
"Foi bom ter feito um evento na cara do público, competirmos para quem estava na orla, oportunidade rara na vela, devido ao exclusivo conceito de arena. Cumprimos a missão de divulgar o esporte da vela, mas, para mantermos a expectativa de resultados, precisaríamos de um barco brasileiro fazendo campanha regular na Extreme Sailing Serie ao longo da temporada", sugeriu Lars Grael, coordenador técnico do Team Brazil pelo segundo ano consecutivo.
Após a o árduo trabalho de dar suporte ao Extreme 40 brasileiro, acompanhando o barco reservado à tripulação convidada do país-sede, Lars volta a dividir seu foco entre a vela oceânica e a classe Star, velejando com seu irmão Torben Grael e preparando-se para importante competição de Star ao lado do proeiro Samuel Gonçalves, na primeira semana de janeiro em Miami. O projeto inédito para 2014 é a Buenos Aires-Rio. "A regata que sempre tive vontade de correr, larga no dia 19 de fevereiro, semana do meu aniversário de 50 anos. Eu e o Torben estamos procurando o barco ideal. Quero que a velejada de um país ao outro faça parte da comemoração do início do meu segundo cinquentenário," revelou Lars.
Percepção local
Na visão do tripulante catarinense do Team Brazil Mapfre, André Chang, a inédita passagem da Extreme Sailing Seriespor Florianópolis é positiva e pode deixar um legado náutico para a cidade se a oportunidade for aproveitada de forma adequada.
"O evento traz uma visibilidade temporária para a vela na cidade e expõe Santa Catarina no cenário mundial. Mas nada disso terá validade se não houver uma disposição política para criarmos a cultura náutica que ainda não possuímos. Quem sabe apareça motivação para se construir uma rampa ou um píer em uma marina pública que possa facilitar a prática da vela. É a única forma de popularizarmos a vela", desejou o atual vice-campeão brasileiro da classe oceânica C30.
Redação Bombarco
Fonte: ZDL
Fotos: Vincent Curutchet/Lloyd Images