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Travessia do Atlântico: Beto Pandiani e Iglor Bely sofrem com ‘deserto no oceano’

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Travessia do Atlântico: Beto Pandiani e Iglor Bely sofrem com ‘deserto no oceano’

08/04/2013
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Após quase 20 dias de viagem, que começou na Cidade do Cabo, na África do Sul, e tem como destino, Ilhabela, no litoral sul de São Paulo, Beto Pandiani e Igor Bely sofrem com forte calor e falta de vento. A dupla usa a expressão “verdadeiro deserto no oceano”, em seu diário de bordo, para definir a situação que enfrentam: "Nos sentimos como nômades no deserto! Basta trocar a água por areia para sentir a realidade", relatou Igor Bely.

"Esta falta de vento que estamos enfrentando é causada por uma zona de baixa pressão. Uma frente fria que vem do sul está empurrando a gente para o norte. Agora temos que esperar até que a frente fria passe por nós. Isto pode gerar muitas mudanças", completou Bely.

A ideia é fazer todo o percurso em até 30 dias, mas por causa das condições climáticas, essa previsão pode ser alterada As dificuldades são ainda maiores, já que não há escalas na travessia e os dois estão em um barco de 24 pés, ou seja, oito metros: o catamarã Picolé.

"Nosso domingo (7) à tarde foi daqueles para não lembrar mais, ou nunca mais se esquecer. Vínhamos com boa velocidade, o vento compareceu na direção certa e por isso aproveitamos para fazer milhas. Por volta das 14h formou-se na nossa frente uma linha de chuvas com nuvens bem carregadas. Parecia um muro cinza chumbo que se perdia no horizonte e, como estava no nosso caminho, tínhamos que cruzá-lo. Preparamos os baldes para a coleta de água, colocamos toda a roupa salgada para lavar, fechamos as barracas e preparamos as câmeras. Chegamos a 300 metros da chuva e o vento foi enfraquecendo, até terminar completamente. Toda a região ficou sem vento e aquela barreira imensa de chuvas estacionou, não nos deixando sair de onde estávamos. Ou seja, nem tomamos a chuva, nem velejamos e com a ondulação de lado o barco ficou batendo as velas e dando trancos nos estais de aço que seguram o mastro. A irritação tomou conta dos dois", contou Beto Pandiani.

O velejador explicou a dificuldade que a falta de ventos causa: "O barco andou tão devagar que deu tempo de uns moluscos grudarem no casco. Tudo bem, não vamos reclamar, pois o veleiro está em ordem, nós estamos bem e tudo tem seu tempo.”

Redação Bombarco
Fonte: ZDL
Fotos: Beto Pandiani/Divulgação e Igor Bely/Divulgação