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Notícia Volta ao mundo a motor: Família está há oito anos viajando a bordo de um trawler

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23/08/2013

Volta ao mundo a motor: Família está há oito anos viajando a bordo de um trawler

Muitos velejadores sonham em dar a volta ao mundo a bordo de seus veleiros e esse era exatamente o caso de Dadi Varsano, 57 anos, e Denise Rotondo, 47. Mas, quando começou a planejar a execução do sonho, o casal percebeu que um confortável barco a motor se encaixava melhor em seus planos e acabaram optando por um trawler, “barco a motor com casco deslocante, baixo consumo de combustível e grande autonomia e, principalmente, construído com todo o conforto de uma casa,” define Dadi. “Equiparando tamanhos, o espaço útil do trawler é muito maior que de um veleiro. Quando pensamos numa longa viagem, no tempo e no espaço, queríamos ter esse conforto associado. Além disso, com um bom trawler você não fica a mercê de ventos e correntes para determinar sua rota” explica o médico que partiu com a esposa e cachorrinha de estimação Kaki em 2006 para sua aventura de volta ao mundo.


O casal fez um levantamento do custo da manutenção de um barco a vela e um a motor e chegaram à conclusão que, num viagem longa, sem prazo, como a que eles planejavam, ao cabo de 10 anos, os custos gerais ficariam muito próximos nos dois casos. “Sem dúvida que, ao pensarmos numa travessia volta ao mundo clássica em dois a cinco anos, o custo do veleiro seria muito inferior se comparado num tempo semelhante com o do trawler. Entretanto, no veleiro existe a imagem romântica das velas enfunadas. Pela experiência que tivemos, com exceção de travessias, onde o veleiro tem mais autonomia e não requer o cuidado do monitoramento de consumo de combustível, o trawler foi nossa melhor escolha,” garante Dadi, que costumava velejar com Denise pelo litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro.

O aventureiro ressalta que o Jade II, como foi batizado Trawler de 50 pés, tem uma excelente autonomia de 2.200 milhas a 7,5 nós, utilizando os dois motores MWM Aspirados (diesel de 6 cilindros com 110 hp) e “essa autonomia dobra se utilizarmos os motores alternadamente”.

Fabricação própria

O Jade II é um trawler de fibra de vidro e começou a ser construído, num estaleiro de Porto Alegre em 1999. “Optamos pela construção porque queríamos que o barco satisfizesse ao máximo nossas necessidades de viajar ao longo do tempo. Nem sempre você encontra isso num barco pronto,” explica Dadi, sobre a decisão de começar o projeto do barco do zero. “Comprar um trawler de longo percurso no exterior era quase proibitivo no Brasil há 10, 15 anos, devido às altas taxas de importação e impostos,” completa o comandante.

O barco só ficou completamente pronto para a viagem em 2006, pouco tempo antes de Dadi, Denise e Kika partirem. “A construção foi muito lenta e trabalhosa. Antigamente poucos estaleiros no Brasil tinham experiência nesse tipo de projeto de barco,” lembra Dadi.

Hoje a situação já está um pouco diferente, especialmente por causa da entrada de estaleiros internacionais no mercado náutico brasileiro. A francesa Beneteau, por exemplo, já comercializa seus conceituados barcos da linha Swift Trawler por aqui através do Grupo Sailing, seu distribuidor exclusivo no Brasil. Os modelos Swift Trawler 34 e o Swift Trawler 44 estão disponíveis para pronta entrega, e o recém-lançado Swift Trawler 50 vem da França num prazo de três meses para clientes brasileiros. Os preços dos barcos vão de R$ 1,25 milhão a R$ 3,85 milhões.

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Preparação

Com o sonho em mente, o casal fez um planejamento financeiro para que pudessem bancar a viagem e, enquanto o barco ganhava forma no estaleiro, Dadi e Denise foram preparando a si próprios para encarar a viagem. A formação em Medicina de Dai já garantia a parte de cuidados com saúde a bordo, mas eles buscaram também aprender sobre elétrica, eletrônica e mecânica no Senai, dois anos antes da partida, para garantir que poderiam lidar bem com qualquer problema que o Jade II pudesse apresentar no caminho.

O casal também tinha, há anos, os cursos de Arrais, Mestre e Capitão-Amador, curso de mergulho básico, avançado, rescue e divemaster, e, para complementar, meteorologia.

O difícil mesmo foi “queimar as pontes e cortar o cordão umbilical”, revela Dadi, sobre abandonar a vida em terra firme para encarar a vida no mar. “Nem sempre é fácil você abrir mão de conquistas, bem estar prévios e começar uma nova vida cheia de incertezas, mas o sonho falou mais forte,” afirma. Convencer os amigos e parentes que Denise e ele eram apenas duas pessoas normais em busca de um sonho também não foi fácil.

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