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Henrique Dias, velejador e membro do clube Veleiros do Sul conta sua história

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Henrique Dias, velejador e membro do clube Veleiros do Sul conta sua história

Esporte náutico e Lazer a Bordo 30/11/-0001
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O jovem Henrique Dias, membro do clube Veleiros do Sul, de Porto Alegre (RS), venceu mais uma vez o Circuito Conesul de Vela de Oceano e também o Troféu Seival – tornando-se tricampeão em ambas as competições, a bordo de seu barco C’est la Vie VI, um Fast Half Tonner, do estaleiro Fast Yachts, modelo assinado pelo designer Ron Holland.

Na mais recente conquista do 21º Circuito Conesul, na classe RGS A, Henrique contou com uma tripulação de peso: Vilnei Goldmeier como proeiro; Alexis Kneibel nas adriças; Isaak Radin no mastro e cockpit; Frederico Sidou com as escoltas; Rodolfo Streibel nos runners; e, o próprio Henrique como timoneiro.

A rápida e bem-sucedida trajetória do velejador começou na infância. Henrique veleja desde os 11 anos, devido a um acontecimento curioso: brincava com barquinhos de isopor e com velas de jornal na piscina do condomínio onde morava no sul de Porto Alegre, quando um vizinho que velejava reclamou da brincadeira e sugeriu que ele fosse velejar de verdade no Veleiros do Sul. Foi o que ele fez.

Muito precoce, aos 14, já era sócio da Associação Brasileira de Veleiros de Oceano (ABVO) – o mais jovem do quadro associativo. Hoje Henrique está com seu sexto barco, o C’est la Vie VI, o maior de todos os que já teve e que conta com praticamente a mesma tripulação desde 2008.

Em entrevista ao Bombarco Henrique contou que foi com o atual barco que passou por um dos episódios mais marcantes de sua carreira de 11 anos de experiência. Foi durante a primeira ida à Florianópolis com o C’est la Vie VI, para participar da Mitsubishi Motors Sailing Week em fevereiro de 2008, que o velejador, e sua tripulação, viveu uma dessas histórias que marcam e ensinam muito:

O trajeto todo, de quase 500 milhas náuticas, foi desafiador, mas o trecho inicial, de Porto Alegre até Rio Grande, foi bem intenso. Vinte minutos após o início do percurso eu e minha tripulação nos deparamos com o primeiro obstáculo – água no motor. Resolvemos esse impasse mantendo a calma.

Ventos de 18 nós dificultavam até o nosso ‘serviço de bordo’, estava complicado para servir água no copo, cozinhar, foram horas que mal conseguíamos ficar em pé sem nos apoiar no barco.

Passamos pelo canal da Feitoria, na Lagoa dos Patos, tranquilamente, mas foi só o começo. No caminho pegamos comboio em uma procissão de Nossa Senhora dos Navegantes e tivemos que nos virar para evitar colisões com barcos que passavam bem próximos. Ficamos com receio de bater na lancha da marinha que vinha exatamente em nossa direção (essa situação pode ser vista na parte 1 da gravação feita durante a viagem).

Depois ainda enfrentamos a entrada de uma grande frente fria na costa catarinense e uma tempestade elétrica na saída do município de Rio Grande. Com isso, ficamos oito dias parados a espera de um vento propício para a continuidade da viagem.

Para garantir que não irá se deparar com uma situação complicada, antes de sair para o mar, Henrique sempre faz uma revisão completa, desde a parte elétrica e motor até o estaiamento. E aconselha:

O importante é poder confiar no seu equipamento e mais ainda em você mesmo. Confie em sua capacidade de enfrentar situações adversas que as chances de ter problemas serão muito menores.

O segredo de Henrique para conciliar tanta dedicação com sua vida pessoal é tornar a preparação parte da vida particular:

Todos os dias faço algo que me ajuda na vela, como academia, corrida, bicicleta, treinos de laser ou até mesmo melhorias nos barcos. Isso me toma um tempo enorme, mas é algo que adoro e fico feliz por preencher quase todos os espaços livres de minha agenda”, declara.



Vanessa Xavier para Bombarco
Foto: Arquivo pessoal/ Henrique Dias