Apesar do cenário econômico mundial não estar no seu melhor momento, o investimento internacional no mercado náutico brasileiro só cresce. O mais recente exemplo é a implantação de uma fábrica da Brunswick em Joinville, Santa Catarina, onde serão fabricadas lanchas Bayliner, de 23 a 35 pés, e Sea Ray, de 26 a 41 pés. O investimento da empresa americana na fábrica brasileira é de U$ 22 milhões e a expectativa de retorno é grande.
O Bombarco foi conferir de perto o já iniciado ciclo de produção das lanchas e conversou com Jorge Valdes, diretor geral da Brunswick Boat Group no Brasil, e com Andy Graves, presidente da Brunswick Boat Group.
Sobre a escolha de Joinville. Graves explica que, além dos incentivos do governo catarinense para indústrias no setor náutico tornarem o estado muito atraente, a cidade, em particular, oferece mão de obra qualificada e uma excelente infraestrutura portuária.
“Conseguimos uma mão de obra muito mais qualificada do que podíamos contemplar”, afirma Valdes sobre os profissionais da região que já tem um bom conhecimento em laminação. De qualquer forma, a empresa investe na especialização dos funcionários trazendo dos Estados Unidos seus especialistas, que acompanharão o processo de produção nos próximos oito meses.
Além de mão de obra brasileira, o estaleiro pretende usar também o máximo de matéria-prima nacional possível. No momento, 38% do material usado na fabricação das embarcações é brasileiro e esse número pode chegar a 70%.
Saindo do forno
As primeiras lanchas fabricadas no Brasil, quatro exemplares da Bayliner 350, devem deixar a fábrica no início de dezembro e já estão vendidas. Para março de 2013, está previsto o início da fabricação da Sea Ray 370; a Sea Ray 350 deve começar a ser produzida em agosto.
Para atender o gosto dos consumidores brasileiros, o estaleiro faz pequenas alterações nas embarcações, como a inclusão do espaço gourmet na popa. O tempo médio na fabricação de lanchas do estaleiro nos primeiros meses é de 21 a 28 dias, podendo baixar para 14.
Grandes expectativas
Mesmo com pouco tempo implantados, as projeções para o país já são grandes. Graves e Valdes acreditam que em tempo, o Brasil pode se tornar o terceiro país com maior contribuição nos ganhos da Brunswick, atrás apenas de Estados Unidos e Canadá.
E o foco inicial da produção brasileira é atender a demanda interna, mas ela pode e deve se expandir para outros países da América do Sul.
Mais fotos: Inauguração da Fábrica da Brunswick no Brasil.
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Marília Passos para Bombarco
Foto: Fabrizio Motta/Brunswick
