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Canal do Panamá: o corredor entre as Américas e o mundo

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Canal do Panamá: o corredor entre as Américas e o mundo

Esporte náutico e Lazer a Bordo 30/11/-0001
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Movimentação constante, cerca de 40 embarcações diariamente, alta influência na economia do Panamá, 25%, e o principal responsável pelo comércio marítimo entre as Américas e o mundo, calcula-se que 5% da economia mundial marítima passe pelo canal.

Localizado no istmo do Panamá, na América Central, o Canal do Panamá foi construído no início do século XX para ligar os oceanos Atlântico e Pacífico.

O canal tem 82 quilômetros de extensão, 152 metros de largura, 26 metros de profundidade e três eclusas duplas. Sua travessia leva atualmente, dez horas, ao contrário da época de sua construção, onde uma viagem levava de 16 a 20 horas. Apesar da alta taxa de pedágio baseados de acordo com a carga dos navios: - os que levam containers pagam 63 dólares por caixote, os cruzeiros marítimos pagam 100 dólares por passageiro, e os que levam gás ou petróleo pagam pelo metro cúbico - , o canal tem tráfego intenso e é personagem importante para história da economia das Américas até hoje.

Segundo dados publicados em 2007, o tráfego de embarcações do Canal do Panamá representa 28 % das exportações marítimas da América Central, e para o Caribe, 10,6%. Já para a América do Sul, como o Brasil, por exemplo, 76 milhões de toneladas de carga passam por ali direto para o porto de Santos, no litoral sul do País.

Cenário atual

Hoje, o principal desafio enfrentado pelo Canal do Panamá é a incompatibilidade com a tecnologia das construções dos navios. Na década de 1960, foi criado o padrão de navios Panamax, que seguia as medidas das eclusas do Canal. No entanto, a partir dos anos 1980, a tecnologia permitiu a fabricação de navios maiores e com capacidade de carga e autonomia ampliadas, o que dificulta e até impede a passagem de muitas embarcações por ali.

Atualmente, cerca de 7% da frota do comércio marítimo mundial não pode cruzar o canal por ser mais larga que suas eclusas. São supercargueiros com capacidade para mais de 60 mil toneladas.

Para solucionar os problemas, desde 2007, o canal recebe reformas, a inclusão de novas eclusas, que permitirá o tráfego de navios de até 200 toneladas e reduzirá em até dois dias o transporte de cargas entre os portos do Norte e Nordeste brasileiros com o Leste asiático. A obra tem previsão para ser finalizada em 2014 com o custo de U$ 5,5 bilhões. O canal do Panamá permite acesso rápido a 80 países da Europa, Ásia e Índia e tem 144 rotas marítimas, o que o torna um dos mais importantes pontos de movimentação do comércio internacional.
História

Tudo começou em 1534, quando o Rei Carlos V da Espanha ordenou que se fizessem os primeiros estudos topográficos na América Central, mais precisamente, na zona do canal do Panamá. A ideia era construir nesse local um canal de ligação marítima entre os dois Oceanos: Atlântico e Pacífico. No entanto, a obra estava muito além das possibilidades técnicas dos espanhóis.

Mais de três séculos depois, o francês Ferdinand de Lesseps, já responsável na época pela construção do canal de Suez – canal que liga o Mar Mediterrâneo e Mar Vermelho -, organizou em 1879 a Companhia Universal do Canal Interoceânico do Panamá, com o propósito de construir o canal do Panamá.

As obras foram iniciadas em 1880, mas o projeto acabou por fracassar anos mais tarde, devido às enormes dificuldades que encontraram: clima, doenças (principalmente febre amarela e malária, doenças típicas dos lugares tropicais), falta de administração e capacidade técnica.

Em 1894 foi organizada uma nova companhia do canal do Panamá, que, com novas avaliações e estudos, optou por tentar outra abordagem, decidindo-se por fazer o canal por eclusas – o canal fica a 26 metros do nível do mar - em vez de um canal totalmente aberto, o que reduziria o montante de terra a escavar e facilitaria o controle das águas que vinham dos rios.

A segunda tentativa também não prosperou devido à falta de fundos. Assim os representantes da companhia se viram obrigados a vender as propriedades e os direitos que tinham sobre a construção do canal do Panamá ao governo dos Estados Unidos.

E foi em 1904, após a compra de tais privilégios pela quantia de 40 milhões de dólares, que as obras começaram. Agora, com administração americana.

A construção custou 400 milhões de dólares, e apesar das enormes dificuldades o canal do Panamá foi concluído e inaugurado em 15 de agosto de 1914.

O canal passou a ser administrado pelo Panamá em 1999. Hoje é a porção territorial mais cobiçada do continente americano.

Bruna Sales e Vanessa Xavier para Bombarco
Foto: Maurice Marcellin