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Pesquisa encontra substância antifogo em golfinhos na costa brasileira

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Pesquisa encontra substância antifogo em golfinhos na costa brasileira

14/02/2012
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Uma pesquisa realizada pela Universidade de são Paulo (UsP), da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e da Universidade Federal do Rio Grande (Furg-RS) detectou a presença de uma substância antifogo em golfinhos que vivem em alto-mar. O material encontrado é utilizada para impedir que produtos como celulares, embalagens de alimentos e travesseiros peguem fogo.

A substância, chamada de retardante de chamas (ou PBDE - éter difenil polibrominado), foi encontrada em nove golfinhos-pintados-do-Atlântico (Stenella frontalis) capturados acidentalmente por pescadores na costa de São Paulo, Paraná e Santa Catarina entre os anos de 2004 e 2007.

Os pesquisadores descobriram a presença da substância ao analisarem a gordura dos animais. Além do anti-chamas também foram encontradas altas taxas de pesticidas organoclorados, como DDT – usado em plantações do Vale do Ribeira até 1997 – e PCB (bifenilpoliclorado ou ascaréis) – proibido desde 1981 e proveniente, por exemplo, de indústrias de transformadores na baixada santista.

A pesquisa, que foi publicada na edição do mês de fevereiro da revista Chemosfere, demonstra que a concentração destas substâncias no Brasil não chega a ser maior que as observadas em outros cetáceos encontrados em áreas mais poluídas, como a costa japonesa e a costa leste dos Estados Unidos.

Para os responsáveis pelo trabalho, o estudo serve como um alerta, já que essa espécie de golfinho não costuma viver muito próximo a costa - os golfinhos-pintados já foram observados em pontos do oceano a 900 metros de profundidade.

A descoberta sugere que a contaminação pode estar se espalhando mar adentro, segundo um dos pesquisadores responsáveis pelo projeto. Outro fato apontado pela pesquisa é que, se os golfinhos estão no topo da cadeia alimentar as substâncias avaliadas são cumulativas, o fato de os cetáceos estarem contaminados indica que todos os outros seres da cadeia também estão. Os poluentes degradados no ambiente são absorvidos pelo fitoplâncton, que são absolvidos como alimento pelo zooplâncton , depois pelos crustáceos e peixes até chegarem aos golfinhos, e também aos seres humanos.

Redação: Bombarco
Fonte: site do jornal o Estado de S. Paulo
Foto: William Rossiter/Cetacean Society International