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Projeto do Parque Nacional Marinho Arquipélago dos Alcatrazes pode sair do papel

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Projeto do Parque Nacional Marinho Arquipélago dos Alcatrazes pode sair do papel

Casos e Contos 30/11/-0001
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Quase três décadas depois da criação do projeto de lei do Parque Nacional Marinho no Arquipélago de Alcatrazes, a proposta está novamente em pauta. Agora não mais pelo viés político, mas sim apresentada pelos próprios técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Recentemente, em Consulta Pública, no Teatro Municipal de São Sebastião, a criação do Parque Marinho, no local que hoje é denominado de Estação Ecológica Tupinambás, foi discutida com a presença de autoridades do Governo Federal do Estado de São Paulo e da Marinha do Brasil, além de certificadores de mergulho do mundo e representantes de entidades apoiadoras do projeto como Ibama, Vivamar, Fundamar, Instituto Sea Sherperd do Brasil, entre outros:

“Mais de 90% dos participantes votaram a favor do projeto. Foram mais de 430 assinaturas apoiando a recategorização da Estação Ecológica Tupinambás para a criação do Parque Nacional Marinho de Alcatrazes”, explica a bióloga Kelen Luciana Leite, diretora da Estação Ecológica Tupinambás.

A criação do Parque visa atender uma demanda antiga da população para a visitação de Alcatrazes, local que abriga belas paisagens, além de ser habitat de diversas espécies marinhas e terrestres.

O Arquipélago dos Alcatrazes está localizado a 45 quilômetros do porto de São Sebastião e possui 12 mil hectares. Maior centro de biodiversidade do Estado de São Paulo. Lá concentra-se a maior colônia de aves marinhas em ilhas do Sudeste – mais de 10 mil:

“Identificamos, ao menos, 18 espécies ameaçadas de extinção”, conta a bióloga.

No entorno, o arquipélago reúne diversas espécies de peixes (mais de 150 espécies catalogadas até o momento), tartarugas e a maior concentração de baleias-de-bryde em todo o País.

O principal atrativo do parque será o mergulho pela marcante presença de vida marinha e alta transparência das águas do Arquipélago de Alcatrazes e da Ilha de Palmas, no Arquipélago da Ilha Anchieta, que se equipara aos melhores pontos de mergulho do País.

O setor náutico

O segmento náutico se expande cada vez mais no litoral Norte de São Paulo e será o maior responsável pelo controle de visitação de forma ordenada do Parque Marinho por meio de embarcações particulares.

Além de contribuir para divulgações de normas do parque e para conscientização dos visitantes ligados ao setor. As marinas locais poderão ter um produto turístico diferenciado para oferecer aos clientes do mercado náutico.

Estação Ecológica Tupinambás

Criada em 1987, a Estação Ecológica Tupinambás só se concretizou na região em 2000, com a instalação de uma sede no Centro Histórico sebastianense. Hoje a equipe responsável pela gestão da área tem sete técnicos e nenhuma embarcação. As fiscalizações, geralmente noturnas, são realizadas com barcos alugados. A Estação abrange sete ilhas, ilhotas e lajes – cinco delas no Arquipélago de Alcatrazes e duas próximas à Ilha Anchieta, em Ubatuba.

O perímetro protegido pela legislação abarca somente parte da ilha principal de Alcatrazes, apesar de o ICMBio ser responsável pela fiscalização sobre atividades de impacto, como a pesca, num raio de 10 quilômetros das ilhas.

Arquipélago de Alcatrazes

Considerado pelos pesquisadores como o maior ninhal da América do Sul, Alcatrazes é um santuário ecológico por sua diversidade de espécies, tanto de fauna quanto de flora.
Localizado em São Sebastião, no litoral Norte de São Paulo, Alcatrazes é ponto de descanso e nidificação – construção de ninhos – de inúmeras espécies de aves marinhas em seus deslocamentos continentais. O local tem 160 espécies marinhas catalogadas pelos cientistas em suas águas, 30 a mais que em Fernando de Noronha.

"O arquipélago tem um potencial enorme, tanto em termos de conservação, pela enorme biodiversidade; quanto sob o aspecto turístico, pois é justamente esta riqueza que atrai os visitantes", diz Kelen.

O Parque Nacional Marinho dos Alcatrazes seria o terceiro parque marinho brasileiro e o primeiro no sudeste. Os outros dois são Abrolhos, criado em 1983, no litoral sul baiano, reduto das baleias jubarte; e Fernando de Noronha, santuário dos golfinhos, criado em 1988, no litoral pernambucano.

Bruna Sales para Bombarco
Foto: Divulgação